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Durante seu tempo liderando a Igreja Católica, o papa Francisco depositou em Massimiliano Strappetti, seu enfermeiro pessoal, uma confiança rara e decisiva. Segundo informações, foi Strappetti quem convenceu o pontífice a passar por uma cirurgia no intestino grosso em 2021 e quem permaneceu ao seu lado durante momentos críticos de saúde, incluindo sua última internação no hospital Gemelli, em Roma. Francisco morreu nesta segunda-feira (21).
Com mais de três décadas de experiência, Strappetti, de 54 anos, começou sua trajetória na unidade de terapia intensiva da Policlínica Gemelli e ingressou na estrutura de saúde vaticana em 2002. Desde então, serviu diretamente a três pontífices: João Paulo II, Bento XVI e, por fim, Francisco. Foi sob este último que seu papel ganhou destaque ao ser nomeado oficialmente como o primeiro “assistente médico pessoal” de um papa. Discreto, leal e profundamente humano, Strappetti era também reconhecido por seu trabalho voluntário com os sem-teto em Roma.
Durante sua longa permanência na Casa Santa Marta — residência que escolheu no lugar do Palácio Apostólico —, o papa Francisco foi sempre cercado por um pequeno grupo de confiança. Entre padres, religiosas e colaboradores próximos, a presença mais constante era a do enfermeiro Strappetti, que o acompanhou inclusive durante os 37 dias de internação no hospital Gemelli, entre fevereiro e março deste ano.
Nesse período, o pontífice enfrentou complicações respiratórias graves, incluindo um broncoespasmo — contração súbita dos músculos das vias respiratórias, que dificulta a passagem do ar e pode levar à asfixia. Diante da situação crítica, foi Strappetti quem tomou uma das decisões mais difíceis de sua trajetória ao lado de Francisco: orientar a equipe médica a tentar todos os recursos possíveis para salvar sua vida.
“Tente tudo, não desista”, teria dito o enfermeiro, segundo relato do cirurgião Sergio Alfieri.
A última aparição pública de Francisco aconteceu no domingo de Páscoa, dia 20 de abril. Segundo o Vaticano, foi Strappetti quem o incentivou a subir mais uma vez no papamóvel para saudar os fiéis. “Obrigado por me trazer de volta à Praça”, teria dito o papa a ele. Foi um gesto simbólico e, como se confirmou no dia seguinte, o último adeus de Francisco ao povo que conduziu por mais de 11 anos.
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