
Ouça este conteúdo
A China criticou as recentes isenções tarifárias sobre smartphones, computadores e outros produtos eletrônicos anunciadas pelos Estados Unidos, classificando-as como um gesto insuficiente e apelando pela eliminação completa das tarifas impostas, incluindo a taxa de 145% sobre importações chinesas.
Em comunicado oficial divulgado no aplicativo WeChat, o Ministério do Comércio chinês descreveu a medida como um "pequeno passo" para corrigir os "erros" das tarifas unilaterais anteriores. "A China está avaliando o impacto dessas isenções", afirmou a nota.
Os Estados Unidos estão aumentando as tarifas de importação desde o início do governo Trump, em 20 de janeiro. O principal movimento de Donald Trump foi dado no início do mês com o estabelecimento de tarifas recíprocas a partir de 10%, nível aplicado ao Brasil.
VEJA TAMBÉM:
Tarifas recíprocas são uma estratégia comercial em que um país busca equilibrar sua relação tarifária com outro, aplicando à importação de produtos taxas equivalentes às cobradas pelo parceiro sobre bens exportados.
China chama medida de "recuo" dos EUA
A mídia estatal chinesa e as redes sociais interpretaram as isenções como um "recuo" do governo dos EUA, destacando a dificuldade de substituir as cadeias de suprimentos chinesas. Segundo a TimesBrasil CNBC, que citou o jornal Beijing Daily, "a opinião pública considera amplamente isso como mais um recuo do governo americano em suas políticas tarifárias".
Apesar das isenções, o governo chinês reforçou o apelo para que os EUA eliminem todas as tarifas recíprocas sobre produtos chineses, argumentando que tais medidas prejudicam o comércio global e as relações bilaterais.
O Ministério do Comércio da China solicitou aos Estados Unidos que ouçam as demandas da comunidade internacional e de setores econômicos domésticos, pedindo a correção dos "erros" tarifários por meio de diálogo e respeito mútuo.
Internamente, as isenções foram vistas como um reconhecimento da resiliência das cadeias de suprimentos chinesas, embora uma tarifa de 20% sobre diversos produtos do país permaneça em vigor.
Disputa comercial China-EUA: novas tarifas em até dois meses
Nos EUA, autoridades dizem que as isenções tarifárias devem ser temporárias. O Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, ressaltou à Bloomberg que os produtos isentos atualmente podem ser alvo de novas tarifas relacionadas a semicondutores. "Todos esses produtos serão enquadrados em semicondutores e terão uma tarifa específica para garantir que sejam produzidos internamente", declarou.
A previsão é que essas novas tarifas entrem em vigor em um ou dois meses, com alíquotas possivelmente inferiores à taxa de 125% anteriormente aplicada.




