A líder pró-democracia de MianmarAung San Suu Kyi, de 63 anos, foi a julgamento nesta segunda-feira (18) e corre o risco de ser condenada a passar cinco anos na prisão. A ação atraiu manifestantes e contou com centenas de policiais. A ativista, que já passou mais de 13 dos últimos 19 anos detida, foi acusada de violar os termos de sua prisão domiciliar por ter obrigado um homem norte-americano que nadou até sua casa, próxima de um lago, para visitá-la no começo deste mês.
Embaixadores de Grã-Bretanha, França, Alemanha e Itália, assim como um diplomata australiano, foram proibidos de entrar na prisão, mas o cônsul dos Estados Unidos teve permissão para entrar no complexo penitenciário, já que o intruso - o cidadão americano John William Yettaw - também é julgado. O último marido de Suu Kyi era britânico, mas ela não possui cidadania britânica.
Mais de cem manifestantes a favor de Suu Kyi ultrapassaram barricadas em torno da prisão Insein, em Rangum. No entanto, eles não conseguiram ultrapassar as barricadas internas, fortemente protegidas por policiais armados e partidários do governo. Um jovem manifestante foi visto sendo levado embora pela polícia.
Membros da família de Yettaw o descreveram como bem intencionado e disseram que ele não tinha consciência dos problemas que poderia causar tentando falar com Suu Kyi. Mas os partidários da líder demonstraram raiva em relação a ele, por ter causado problemas à vencedora do Prêmio Nobel da Paz.
Os advogados de Suu Kyi afirmaram que Yettaw, de 53 anos, nascido no Missouri, não havia sido convidado a sua residência e que ela pediu a ele que fosse embora. "Temos certeza de que venceremos o caso se ela for julgada de acordo com a lei, porque Suu Kyi não descumpriu a lei", afirmou Nyan Win, porta-voz da Liga Nacional para a Democracia (LND), do qual Suu Kyi faz parte
As cortes de Mianmar, país controlado por militares, raramente já foram a favor de Suu Kyi ou qualquer ativista pró-democracia.
A previsão era de que a ativista fosse libertada no dia 27 de maio, depois de seis anos seguidos de prisão domiciliar, mas há grande expectativa de que a junta militar amplie o período de sua prisão. Porém, segundo advogados internacionais, isso seria ilegal mesmo sob as próprias leis de Mianmar. As acusações mais recentes são vistas como um pretexto para que o governo mantenha Suu Kyi detida até as eleições, previstas para o ano que vem.
Suu Kyi, duas companheiras de partido que são suas únicas companhias na prisão domiciliar e Yettaw são julgados juntos por violarem as condições da prisão da ativista, que proíbe visitas sem permissão oficial. As informações são da Associated Press.



