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O opositor Guillermo Fariñas está em greve de fome desde 24 de fevereiro e recusou ontem asilo na Espanha | Desmond Boylan/Reuters
O opositor Guillermo Fariñas está em greve de fome desde 24 de fevereiro e recusou ontem asilo na Espanha| Foto: Desmond Boylan/Reuters

Presidente compara situação a presos de SP

Agência Estado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva questionou ontem o método utilizado por opositores cubanos para pressionarem pela libertação de presos políticos. "Eu penso que a greve de fome não pode ser usada como um pretexto de direitos humanos para libertar as pessoas. Imagine se todos os bandidos que estão presos em São Paulo entrassem em greve de fome e pedissem liberdade", disse o presidente.

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Um grupo de dissidentes cubanos pediu ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que interceda pela libertação de 26 presos políticos na ilha. Segundo eles, essa é uma tentativa de evitar um fim trágico para o caso do jornalista anticastrista Guillermo Fariñas, que faz greve de fome há duas se­­mana pela soltura dos ativistas. A carta também teria sido enviada a Lula, mas um assessor do presidente nega o recebimento.

"Cremos que o senhor possa interceder junto ao governo de Cuba para pôr fim a uma situação que, além de tudo, atrapalha os esforços para estruturar uma autêntica comunidade de Estados latino-americanos e caribenhos centrada nos direitos de seus cidadãos", dizem os dissidentes no texto a Lula.

"A influência regional do Brasil, sua confiança no potencial transformador da sociedade de­­mocrática e seu conceito de paciência estratégica podem ajudar para que Cuba comece a compartilhar níveis mundiais de di­­reitos humanos", finaliza o texto, assinado pelo recém-criado Co­­mitê Para Libertação dos Pri­­sio­­neiros Políticos Cubanos Orlan­­do Zapata.

Fariñas, jornalista e psicólogo de 48 anos, iniciou uma greve de fome no dia 24 de fevereiro passado para exigir a libertação dos presos políticos com estado de saúde considerado delicado. O protesto começou um dia depois da morte do preso Orlando Zapata, depois de uma greve semelhante de dois meses e meio, e que coincidiu com a visita de Lula a Cuba, quando "lamentou profundamente" o falecimento.

Ontem, Fariñas recuso uma oferta espanhola de ser acolhido no país europeu. "Ontem (terça-feira) ao meio-dia o conselheiro político Carlos Pérez-Desoy esteve aqui em minha casa e me disse que o governo cubano pediu à Espanha que me acolha", disse Fariñas em entrevista por telefone. Ele afirmou que havia rechaçado a oferta e seguiria "até as últimas consequências" com sua decisão de continuar sua gre­­ve de fome. O dissidente já fez 23 greves de fome desde 1995 e foi brevemente hospitalizado na semana passada devido a um desmaio.

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