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Dissidentes denunciam nova instalação nuclear do Irã

Os dissidentes disseram que a informação partiu de uma rede de fontes dentro do Irã, mas ligadas ao Conselho Nacional de Resistência do Irã (CNRI), um grupo oposicionista do exílio

Um grupo dissidente iraniano disse na quinta-feira ter provas sobre uma nova instalação nuclear subterrânea e secreta no Irã, mas autoridades dos Estados Unidos disseram que já sabiam do local há anos, e que não há razão para crer que se trata de algo voltado para atividades atômicas.

Os dissidentes disseram que a informação partiu de uma rede de fontes dentro do Irã, mas ligadas ao Conselho Nacional de Resistência do Irã (CNRI), um grupo oposicionista do exílio, e à Organização Mujahideen Popular do Irã, uma guerrilha que combate ao regime.

Embora o CNRI tenha revelado em 2002 a usina de enriquecimento de urânio de Natanz e um reator de água pesada em Arak, analistas dizem que o grupo tem um histórico inconsistente e uma clara motivação política.

O grupo disse que o local recém-descoberto se destinava a ser uma unidade de enriquecimento de urânio sob uma montanha próxima a Qazvin, cerca de 120 quilômetros a oeste de Teerã, e que já estaria 85 por cento concluída.

"Isso é certamente parte do programa armamentista secreto. Não tem qualquer intenção pacífica", disse Alireza Jafarzadeh, ex-funcionário do NCRI.

O grupo tinha fotos de satélites que aparentemente mostram uma ampliação nas construções na área, que fica perto de uma guarnição militar.

Mas não foram exibidas provas concretas de que o local contenha câmaras subterrâneas onde estariam sendo instaladas centrífugas para enriquecimento de urânio, o que violaria ordens da Organização das Nações Unidas (ONU).

Os EUA reagiram com cautela, lembrando que o CNRI já fez alegações semelhantes no passado. Uma fonte oficial disse, sob anonimato, que os EUA já sabiam há anos das instalações de Qazvin.

"Embora haja alguma ambiguidade sobre o seu propósito final -- nada raro para algo que ainda está ganhando forma-- não há razão a esta altura para pensar que é nuclear.""Os iranianos colocam coisas militares em túneis, também. As pessoas deveriam ser cautelosas quanto a chegar a conclusões aqui", disse a fonte.

David Albright, diretor do Instituto para a Ciência e a Segurança Internacional, entidade com sede em Washington, lembrou que o CNRI já apresentou alegações que se provaram "não substanciadas, exageradas ou erradas."

Mesmo assim, ele disse que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU) deveria exigir uma inspeção especial em Qazvin para testar a disposição de Teerã de oferecer mais informações sobre seu programa nuclear.

Os EUA e seus aliados acusam o Irã de tentar desenvolver armas atômicas, o que Teerã nega, alegando que suas atividades nucleares se destinam apenas a fins pacíficos.

Diplomatas familiarizados com a questão do Irã na AIEA dizem que a agência recebe informações de muitas fontes e tem de avaliar a credibilidade de cada uma delas.

"Antes que qualquer avaliação possa ser feita, mais fatos são necessários", disse uma fonte em Viena.

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