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Médicos sem fronteiras

Divulgada lista das maiores negligências da mídia em 2005

Conflitos que causam enorme sofrimento humano, como os que acontecem hoje na República Democrática do Congo (RDC), Haiti, Chechênia e nordeste da Índia, estão entre as 10 crises mais negligenciadas pela mídia em 2005, de acordo com a lista anual 'Top Ten' divulgada pela organização de ajuda humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF).

A oitava lista anual também destaca a falta de atenção por parte da imprensa ao desespero das pessoas encurraladas em guerras crônicas na Colômbia, norte de Uganda e Costa do Marfim; às crises na Somália e no sul do Sudão; assim como à falta de pesquisa e desenvolvimento para novas ferramentas de combate ao vírus HIV, adaptadas às necessidades de populações que vivem nos lugares mais empobrecidos do planeta.

- A cobertura da imprensa pode ter um impacto positivo na ajuda humanitária, basta olharmos para a crise nutricional em Níger, no ano passado. Embora a ajuda tenha chegado com muito atraso para muitos, a única razão que justifica o aumento dos esforços humanitários foi a atenção dada pela mídia no auge da crise - disse Nicolas de Torrente, Diretor Executivo de MSF nos Estados Unidos.

De acordo com Andrew Tyndall, editor do jornal on-line The Tyndall Report, que rastreia o trabalho da imprensa, as 10 histórias destacadas por MSF representaram apenas 8 minutos dos 14.529 minutos dos noticiários noturnos das três maiores redes de TV americanas em 2005. Desastres naturais como as tsunamis no sudeste da Ásia e guerras como a do Iraque dominaram o noticiário internacional. Segundo Tyndall, num ano em que a cobertura internacional teve um número extraordinário de reportagens, apenas 6 minutos foram dedicados à RDC e 2 minutos à Chechênia. As demais histórias destacadas por MSF não receberam nenhuma cobertura. A crise da Aids recebeu 14 minutos de cobertura, nenhum deles, no entanto, dedicado à falta de P&D.

- As reportagens sobre o HIV/Aids jamais tocaram na questão da falta de pesquisa e desenvolvimento de instrumentos especialmente adaptados para os pacientes mais afetados pela epidemia - disse Nicolas de Torrente.

Embora tenha havido um aumento do número de reportagens internacionais, a insegurança em zonas de conflito novamente contribuiu para impedir os jornalistas de informarem sobre algumas das mais perigosas regiões do mundo.

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