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Estacionamento do hospital Al Ahli, que, segundo Israel, foi atingindo em outubro por um míssil da Jihad Islâmica disparado de dentro de Gaza
Estacionamento do hospital Al Ahli, que, segundo Israel, foi atingindo em outubro por um míssil da Jihad Islâmica disparado de dentro de Gaza| Foto: EFE/EPA/MOHAMMED

Documentos interceptados por Israel e divulgados no final de março revelam que o grupo terrorista Hamas sempre esteve ciente das mortes de civis palestinos em Gaza que ocorreram devido a falhas nos lançamentos de foguetes disparados tanto por eles quanto pela Jihad Islâmica contra o território israelense, mas que acabaram caindo em zonas do enclave.

Os documentos recolhidos foram emitidos pelas Brigadas al-Qassam, o braço militar do grupo terrorista palestino, e assinados por membros do alto escalão do Hamas.

Segundo Israel, estes documentos mostram a tentativa das organizações terroristas que atuam na Faixa de Gaza de encobrir as consequências devastadoras de suas ações e expõem o desrespeito pela vida civil e a manipulação da narrativa para culpar Israel por praticamente todas as mortes que podem estar ocorrendo no enclave palestino.

Partes dos documentos recolhidos foram publicados pela coordenação de atividades do governo israelense nos territórios da Judeia, Samaria e Faixa de Gaza (Cogat). Eles revelam que cerca de 11% dos lançamentos de foguetes feitos pelas organizações terroristas que operam no enclave palestino contra Israel desde o início do conflito em outubro de 2023 acabaram caindo dentro de Gaza, causando a morte de diversos civis.

“O Hamas não se importa com os civis de Gaza”, disse a Cogat no texto em que divulga esses dados.

De acordo com Israel, os terroristas do Hamas tinham tanto conhecimento sobre essas falhas que chegaram a exigir aos membros da Jihad Islâmica para que não instalassem seus lançadores de foguetes perto da casa de indivíduos que eram vinculados ao Hamas.

“O Hamas estava ciente da alta taxa de lançamentos falhos realizados pela Jihad Islâmica e do perigo que isso representa”, disse a Cogat em sua publicação no X.

Segundo a Cogat, mesmo ciente de que civis em Gaza foram mortos devido aos lançamentos malsucedidos de foguetes por terroristas, o Hamas continuou a acusar Israel de ser o responsável por todas essas mortes.

Essas acusações, segundo Israel, foram feitas por meio de relatórios emitidos através do Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, que é controlado pelo grupo terrorista.

“Apesar do Hamas saber que civis de Gaza foram mortos como resultado de seus lançamentos fracassados de foguetes, um relatório emitido pelo Ministério da Saúde na Faixa de Gaza afirmava que estes civis foram mortos como resultado de um ataque israelense”, afirma a Cogat na publicação.

Conforme os documentos mais antigos, datados de 2020, que foram citados pelo porta-voz em língua árabe das Forças de Defesa de Israel (FDI), Avichai Adraee, o Hamas também chegou a exigir que a Jihad Islâmica assumisse a responsabilidade por todos os lançamentos malsucedidos de foguetes que caíssem sobre o território palestino. Isso, segundo Adraee, seria uma tática utilizada pelo grupo terrorista para se esquivar das repercussões negativas desses atos.

Em uma coletiva, o porta-voz comentou a revelação dos documentos condenando as táticas que classificou como “enganosas” do Hamas.

Segundo Adraee, os documentos publicados por Israel “expuseram a profundidade do controle que o Hamas exerce sobre Gaza” e sobre todas as demais organizações terroristas que atuam naquele território.

"Estes documentos comprovam que organizações terroristas em Gaza estão mentindo e ocultando lançamentos malsucedidos de mísseis que resultaram na morte de civis na Faixa de Gaza”, afirmou ele.

O Hamas já tentou culpar Israel por um desastre causado em Gaza devido a falhas no lançamento de foguetes que foram disparados de dentro do próprio enclave palestino.

O caso do míssil que caiu em outubro no hospital Al-Ahli foi utilizado com força pelo grupo terrorista para tentar mostrar ao mundo a “crueldade israelense”. Jornais internacionais chegaram a veicular a informação do grupo terrorista e posteriormente foram criticados por isso, já que tanto a inteligência de Israel quanto a dos EUA confirmaram naquele momento que a explosão havia sido causada pelos próprios terroristas, neste caso, da Jihad Islâmica.

Tal informação também foi corroborada pela Human Rights Watch (HRW), que isentou Israel da explosão, mas sem indicar qual grupo teria sido responsável pelo lançamento do míssil.

“Os documentos mostram claramente que as organizações terroristas em Gaza estão cooperando para esconder a extensão das destruições e mortes causadas por lançamentos fracassados [de foguetes] que caem sobre os residentes [palestinos], enquanto fazem um esforço para proteger os terroristas do Hamas, ignorando o perigo para os civis”, afirmou Adraee.

“As FDI apreenderam muitos outros documentos indicando que as organizações terroristas sabiam sobre as consequências trágicas dos lançamentos fracassados [de foguetes]. Elas têm um método de ação claro: esconder a informação e acusar Israel”, concluiu o porta-voz.

No começo do conflito em Gaza, as FDI chegaram a detectar 550 lançamentos de foguetes que falharam e caíram em algum ponto dentro de Gaza. Naquele momento, as forças israelenses disseram que o Hamas estava utilizando infraestruturas civis, como casas e escolas, para fazer o disparo desses foguetes.

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