Dois em cada cinco bolivianos vivem na pobreza. E Evo ganha um palácio novo de US$ 34 milhões

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Um prédio com 26 andares, heliporto, suíte com jacuzzi, sala de massagem, academia e três sótãos é a nova sede de governo da Bolívia. A construção, que custou US$ 34 milhões para o país mais pobre da América do Sul, será o local de trabalho do presidente Evo Morales, que está no poder desde 2006. Enquanto isso, dois em cada cinco bolivianos vivem na pobreza.

O arranha-céu se destaca entre as poucas mansões coloniais que ainda existem no centro histórico da capital, La Paz, e fica atrás do atual palácio presidencial, que abriga presidentes desde o final do século 19. 

A inauguração estava programada para junho, mas as críticas fizeram que Evo a adiasse para esta quinta.  "Inauguramos a Casa Grande do Povo de onde se governará com democracia junto a todos os bolivianos e as bolivianas. Deixamos para atrás o palácio colonialista onde tantos governos deram as costas para o povo; a nova Bolívia avança livre, digna e soberana", escreveu Evo Morales em sua conta no Twitter.  A antiga sede do governo é um edifício de 1551, construído na Praça Murillo.

Inauguramos la #CasaGrandeDelPueblo desde donde se gobernará en democracia, junto a los bolivianos y las bolivianas. Dejamos atrás el Palacio colonialista, desde el que tantos gobiernos le dieron la espalda al pueblo. La nueva #Bolivia avanza libre, digna y soberana. pic.twitter.com/VVRRvXNODo

— Evo Morales Ayma (@evoespueblo) 9 de agosto de 2018

Segundo a Agência Boliviana de Informação (ABI), Evo Morales disse que o antigo prédio era símbolo dos governos neoliberais que tiraram do Estado sua riqueza, seu patrimônio e sua memória.

Ele considera a nova sede do governo uma representação do "processo de mudança" política, econômica e social que vive a Bolívia desde 2006. 

O novo escritório de Evo fica no 26º andar do prédio, e tem janelas blindadas, com vista para os bairros pobres amontoados nas ladeiras que cercam a cidade. 

Diversos setores questionaram os gastos exagerados do governo com a construção. A oposição prefere chamar o prédio de "palácio do Evo". 

"Não é um luxo, é servir melhor as pessoas. O palácio atual parecia um buraco de rato", disse o presidente em 2014, quando a construção começou. Como presidente, Evo tem direito a uma residência oficial, que foi remodelada nos anos 90.

Para o novo palácio, no entanto, alguns materiais vieram da Alemanha, Estados Unidos e China. O chefe de Estado vai ocupar dois andares com 1.068 metros quadrados e terá um elevador exclusivo. Além disso, o prédio conta com um auditório para mil pessoas.