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Vaticano

Eleição do novo papa: últimos conclaves foram curtos

duração do conclave
Fumaça branca indicando a eleição de Francisco, em 2013. (Foto: Valdrin Xhemaj/EFE/EPA)

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Com a primeira grande dúvida solucionada – o conclave que elegerá o sucessor do papa Francisco está marcado para começar na quarta-feira, 7 de maio –, a nova pergunta que católicos e não católicos se fazem é quanto tempo levará para o mundo saber quem será o próximo chefe da Igreja Católica. Os últimos conclaves foram breves, mas o século 20 tem casos de eleições um pouco mais longas.

A regra atual, promulgada em 1996, diz que, no primeiro dia de conclave, que começa com a missa Pro eligendo pontifice e continua com a entrada dos cardeais e o juramento na Capela Sistina, os cardeais têm a opção (não a obrigação) de já realizar uma única votação (também chamada “escrutínio”) – isso foi feito tanto em 2005 quanto em 2013. Essa possibilidade não existia pelas regras anteriores, de 1975. A partir do segundo dia de conclave, ocorrem no máximo quatro votações, duas pela manhã e duas pela parte. A fumaça negra, indicando que o papa ainda não foi eleito, aparece apenas ao final de cada série de dois escrutínios. Já a fumaça branca, que indica a eleição do novo pontífice, aparece imediatamente após o escrutínio em que o eleito consegue os votos necessários (veja infográfico abaixo).

Também pelas regras atuais do conclave, após três dias de votação, se não houver um papa eleito, há um dia de pausa dedicado à oração, às discussões entre os eleitores e a uma pregação feita por um dos cardeais. A partir daí, a cada série de sete escrutínios sem resultado definitivo, há um novo dia de pausa, assim sucessivamente. Após 34 votações, o conclave passa a funcionar como um “segundo turno”, em que apenas os dois candidatos mais votados no escrutínio anterior podem ser votados, perdendo o direito de votar – mesmo assim, para haver um vencedor ainda é necessário que ele tenha dois terços dos votos. No entanto, nenhum conclave no passado recente chegou perto deste ponto.

Joseph Ratzinger e Jorge Mario Bergoglio foram eleitos já no segundo dia de votação, no quarto e no quinto escrutínios, respectivamente. Os outros dois conclaves do século passado que terminaram em apenas dois dias foram os de agosto de 1978, em que Albino Luciani se tornou João Paulo I (4 votações); e o de 1939, em que três escrutínios bastaram para que Eugenio Pacelli fosse eleito, assumindo o nome de Pio XII. No século 20, outros dois conclaves duraram três dias: o de outubro de 1978, em que Karol Wojtyła foi eleito em oito votações, tornando-se João Paulo II; e o de 1963, quando Giovanni Montini foi eleito em seis escrutínios, escolhendo o nome de Paulo VI.

Foram necessários quatro dias para eleger Angelo Roncalli (João XXIII), em 1958, em 11 votações); e Giacomo della Chiesa (Bento XV), em 1914, em dez escrutínios. E os conclaves mais longos do século passado duraram cinco dias: o que elegeu Ambrogio Ratti (Pio XI), em 1922, também teve o maior número de votações: 14; já o que elegeu Giuseppe Sarto (Pio X), em 1903, contou com apenas sete escrutínios – naquele conclave, havia apenas uma votação pela manhã e outra à tarde. Este conclave ainda se tornou histórico por ser a última vez em que um monarca católico tentou usar um antigo direito de vetar um candidato ao papado: no caso, o imperador austro-húngaro Francisco José quis impedir a eleição do secretário de Estado, cardeal Mariano Rampolla, que mesmo assim continuou recebendo uma boa parcela de votos. Menos de seis meses após o conclave, Pio X acabou de vez com o chamado jus exclusivae, punindo com a excomunhão qualquer tentativa de interferência de um poder temporal externo na eleição do papa.

Veja mais detalhes de como funciona o conclave:

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