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É verdade que o núcleo da Terra parou de girar? O que dizem os cientistas 

Planeta Terra visto de cima.
Cientistas afirmam que sim, houve modificação. Porém, não é a primeira vez e nem abalará a Terra (Foto: Documerica | Unsplash)

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Volta e meia viraliza novamente um estudo da Universidade de Pequim, que afirmaria que o núcleo do planeta Terra, localizado 5 mil quilômetros abaixo da superfície, parou de girar, e então recomeçou a rodar na direção oposta.

Há quem evoque a pesquisa como presságio de um iminente cataclisma terrestre, mas, segundo especialistas, não há motivo para se preocupar – pelo menos por enquanto.

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Publicado em 2023 na revista Nature Geoscience, o estudo chinês indica, na verdade, que a rotação do núcleo interno da Terra tem sofrido uma desaceleração nos últimos quinze anos. Os dados foram obtidos a partir da análise de 120 terremotos ocorridos em uma mesma região, no intervalo de três décadas.

A conclusão foi de que, desde 2009, os registros sísmicos apresentaram pouca variação — o que, segundo os pesquisadores, mostra que o núcleo tem lentamente diminuído a velocidade de sua rotação em relação ao resto do planeta, algo que já aconteceu antes e deve se repetir. 

É um ciclo natural. Acreditamos que esse é um movimento que acontece a cada 70 anos, em que o núcleo começa a desacelerar e, muitas vezes, começa a girar na direção oposta, sem causar grandes mudanças para os habitantes da Terra. Mas, como tudo relacionado ao tema, não podemos ter certeza de nada concreto, pois esse ainda é um campo pouco conhecido pela ciência”, afirmou o professor de Física Teórica da Universidade de Nova York, Michio Kaku, em entrevista ao canal de televisão CNN

Imagem da Terra vista de cima.Há evidências de mudanças na movimentação do Núcleo da Terra. Porém, não seria a primeira vez! (Foto: Carl Wang | Unsplash)

A bem da verdade é que sabemos mais sobre Marte do que sobre o núcleo do planeta em que vivemos. A Terra é dinâmica, em constante mudança e transformação. Pegue como exemplo o afastamento dos continentes: não sabemos o porquê. Então qualquer informação, como a obtida pelos chineses, é importante e nos faz aprender mais, mas provavelmente não há nada com o que se preocupar”, refletiu Kaku. 

Apesar das diferentes análises sobre o tema, há consenso na comunidade acadêmica de que o fenômeno é real, pode ser comprovado com análises sísmicas, e que o núcleo não parou de girar – mas caso inverta sua rotação, isso provavelmente não será inédito nem deverá afetar a vida na Terra. 

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