• Carregando...
Durante confrontos entre manifestantes e polícia, estudante da Universidade Central de Caracas segura uma faixa que diz "soberano fracasso", em referência à nova moeda do país, o bolívar soberano | YURI CORTEZAFP
Durante confrontos entre manifestantes e polícia, estudante da Universidade Central de Caracas segura uma faixa que diz "soberano fracasso", em referência à nova moeda do país, o bolívar soberano| Foto: YURI CORTEZAFP

Dados preliminares do Banco Central da Venezuela (BCV) mostram que a economia da Venezuela caiu 16,6% em 2017, segundo revelaram fontes com conhecimento do assunto ouvidas pelas agências de notícias Bloomberg e Reuters.

O país não informa dados sobre sua economia desde 2016, mas está sendo pressionado a torná-los públicos por pressão do Fundo Monetário Internacional (FMI). Para evitar sanções, como ficar sem linhas de crédito e até uma expulsão da organização internacional, o BCV começou a se preparar para entregar as informações. 

De acordo com a Bloomberg, os técnicos do banco estão trabalhando intensamente para conseguir entregar todos os números até 30 de novembro, data estipulada pelo FMI segundo as fontes da reportagem.

A expulsão faria com que a Venezuela perdesse o acesso aos poucos fundos restantes associados ao credor, mas, pior do que isso, poderia desencadear uma inadimplência cruzada, isso é, se quaisquer outras obrigações do banco ficarem em atraso, o credor pode considerar que o contrato do empréstimo está vencido e entrar, até mesmo, na justiça contra o devedor. "Para muitas empresas multinacionais daqui essa seria a ‘gota d’água’", disse Asdrubal Oliveros, diretor da empresa venezuelana de consultoria Econanalítica. 

Em maio, o conselho executivo do fundo internacional já havia emitido uma declaração de censura contra a Venezuela por não ter fornecido informações. "A entrega dos dados foi um primeiro passo essencial para entender a crise econômica da Venezuela e identificar uma possível solução", disse o conselho em um comunicado.

Leia mais: Quem são os endinheirados da Venezuela

Inflação

Se os dados forem confirmados, o tombo da economia se mostrará ainda pior do que previam as estimativas do FMI para país – cerca de -14% em 2017 – e confirmam o quarto ano consecutivo de retração do PIB (Produto Interno Bruto).

Leia mais: Como Chávez e Maduro destruíram o setor privado na Venezuela

Além disso, as fontes revelaram à Reuters que a inflação em 2017 chegou a 2.800%, confirmado as estimativas do FMI para aquele ano.

Devido à ausência de dados do governo, o parlamento venezuelano, de maioria opositora, começou a medir a inflação no país por conta própria. Segundo o relatório da Assembleia Nacional, a inflação de 2017 foi de 2.616%.

Os números já são ruins, mas a situação econômica da Venezuela piorou ainda mais em 2018. A inflação dos últimos 12 meses está acumulada em 833.997%, de acordo com o índice nacional de preços da Assembleia Nacional. O FMI prevê que ao fim do ano os preços no país aumentem em mais de 1.300.000% e que a economia despenque em 18%, em comparação com o ano anterior.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]