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Menos de dez dias depois de um dos mais graves incidentes na região em duas décadas - em que homens armados mataram ao menos 16 policiais egípcios num ataque a um posto de controle no norte de Sinai - uma corte egípcia condenou a morte 14 militantes islâmicos nesta terça-feira (13), acusados de um ataque em uma delegacia na mesma região no ano passado. De acordo com um oficial de justiça, um oficial do exército, cinco policiais e um civil foram assassinados em al-Arish, em julho de 2011.

Filmagens de dentro do tribunal mostram réus barbudos, vestindo macacões brancos de detentos, em pé ou sentados em uma gaiola de metal. Um deles chegou em uma cadeira de rodas. Seis dos condenados estavam presentes no tribunal e os outros foram julgados à revelia. Todos são acusados ??de serem membros da al-Tawhid, um dos grupos banidos que se tornaram alvo em uma operação de segurança contra militantes.

O mesmo tribunal, na cidade de Ismailia - na margem ocidental do Canal de Suez - vai julgar, em 24 de setembro, outros 11 réus do mesmo grupo terrorista, acusados de bombardeios em agências turísticas no Sinai, em 2004 e 2005. Três atentados a bomba, tendo como alvo turistas israelenses em um hotel do Mar Vermelho, deixaram 34 mortos em outubro de 2004. Em julho do ano seguinte, mais de 80 pessoas ficaram mortas e 200 feridas depois que um carro-bomba atingiu um resort.

Há cinco dias, o governo egípcio enviou um comboio militar com centenas de soldados e blindados para o norte da Península do Sinai, perto da fronteira com a Faixa de Gaza, na tentativa de garantir a estabilidade e segurança na região. Além de tanques, equipamentos pesados, como escavadeiras e guindastes, foram mobilizados na tentativa de bloquear os túneis que dão acesso ao território palestino. O reforço ocorreu no mesmo dia em que extremistas realizaram novos ataques a postos policiais na fronteira, desta vez em al-Arish.

Em resposta aos protestos populares pelo atentado que matou 16 policiais, o presidente do Egito, Mohamed Mursi, demitiu o chefe de Inteligência, Mourad Mwafi. A demissão foi anunciada durante a iftar, refeição noturna ao fim do jejum ao longo da manhã e tarde durante os dias do mês sagrado do Ramadã.

Medalhas

Em mais uma ação que demostra sua autoridade em relação aos militares, antigos governantes do país, Mursi apareceu nesta terça-feira em um programa da televisão estatal concedendo medalhas ao marechal Hussein Tantawi e a Sami Enan, de 64 anos, ambos colocados na reserva esta semana.

Tantawi, de 76 anos, foi ministro da Defesa de Mubarak por 20 anos e ficou à frente do Egito depois que o ex-presidente foi derrubado no ano passado. Nas imagens, ele aparece cumprimentando Mursi e sorrindo. Em seguida, Mursi apertou a mão dele calorosamente. Sami Enan, de 64 anos, exonerado como chefe do Estado-Maior, também apareceu recebendo a sua medalha. No decreto de domingo que determinou a aposentadoria dos dois, Mursi havia anunciado a premiação com as medalhas. Ele elogiou o trabalho do Exército em um discurso feito pouco depois da cerimônia de premiação.

A decisão de colocar os generais na reserva levou a especulações sobre um confronto com os generais e uma notícia, que foi negada, de que eles estariam sob prisão domiciliar. Tanto o Exército como a Presidência informaram que Tantawi e Enan foram consultados antes da publicação do decreto de Mursi.

A cena de generais da reserva recebendo medalhas das mãos de um presidente islâmico era impensável antes do levante contra Mubarak, iniciado em janeiro de 2011. No governo de Mubarak e de seus antecessores, a Irmandade Muçulmana, da qual Mursi faz parte, era perseguida e seus integrantes, com frequência perseguidos. O próprio Mursi passou algum tempo na prisão.

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