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Eleições legislativas põem kirchnerismo à prova na Argentina

Partido Justicialista precisa ganhar para seguir com maioria no Congresso. Analistas preveem derrota dos Kirchner nas principais regiões do país

Neste domingo (28), os argentinos irão às urnas em eleições legislativas que podem decidir o futuro do kirchnerismo. Na votação para renovar a metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado, o partido da presidente Cristina Kirchner pode perder o controle do Congresso e ter de apelar para acordos custosos - além de admitir o avanço da oposição.

Em um contexto econômico desfarovável, o ex-presidente Néstor Kirchner é o primeiro candidato a deputado do partido pela província de Buenos Aires e, segundo as últimas pesquisas, deve perder. Sua hegemonia é ameaçada pelo rico empresário Francisco de Narváez, candidato pela União-Pró e que já apoiou Menem em 2003.

"O que estamos vendo é que há uma parcela que não está com o governo, temos uns 65% de votos opositores e cerca de de 31% a 33% de votos oficialistas, que indicam que há uma maioria cidadã muito grande que não compartilha as idéias do governo", disse em entrevista ao G1 o economista e consultor Jorge Giacobbe.

Opinião semelhante é a do consultor Rosendo Fraga: "sabe-se que o retrocesso do oficialismo nos grandes distritos será importante. Em Cordobá, deve sair em quarto, em Santa Fé, em terceiro, em Mendoza perderá, e na capital ficará em quarto. Em nível nacional, eles deverão ter mais de 10 pontos a menos do que em 2007."

Kirchner precisa a todo o preço levar a província de Buenos Aires, porque isso lhe permitiria gritar vitória e relativizar na noite do pleito uma eventual perda da maioria no Congresso.

Atualmente, o kirchnerismo tem a maioria no Senado, com um bloco de 38 legisladores e aliados ocasionais. Das 24 cadeiras em jogo nas eleições, 12 integram hoje o blogo do Partido justicialista - Frente para a Vitória. Para manter a maioria, o partido precisa ganhar pelo menos 11 cadeiras. Na Câmara, o kirchnerismo e aliados também têm maioria. Na Argentina, o voto é obrigatório para maiores de 18 anos.

Oposição

Todos os analistas ouvidos pelo G1 são categóricos ao afirmar que a oposição, neste momento, está fragmentada. Talvez por isso, especulam alguns, Cristina tenha adiantado a data das eleições, que seriam originalmente em outubro.

"A oposição está fragmentada e seguirá assim depois das eleições, porque há um setor que quer uma coalizão não peronista e outra que objetiva uma revolução no peronismo, pois Néstor Kirchner é o presidente do partido.", afirmou o analista político Ricardo Rouvier.

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