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Boicote

Eleições para o Parlamento sírio recebem críticas

Líderes da oposição alegam que a votação, marcada para hoje, é uma tentativa do atual presidente Bashar Assad de se manter no cargo

Três meses depois da Sí­­ria­­­­ adotar uma nova Cons­­ti­­tuição que autoriza a formação de partidos políticos para competir com o governista Baath, líderes da oposição disseram ontem que as eleições parlamentares marcadas para hoje são uma tentativa cínica do presidente Bashar Assad de se manter no poder, e pediram aos eleitores que boicotem o pleito.

O regime de Assad tem pro­­movido as eleições para­­ renovar o Parlamento, de 250­­­­ cadeiras, como um si­­nal­­­­ de sua vontade de realizar reformas democráticas, ao mes­­mo tempo que ne­­ga­­ estar enfrentando um le­­vante­­ popular.

Os opositores afirmam, no entanto, que reformas sem sua contribuição são uma farsa, e que eleições não podem ser realizadas sob a ameaça de armas. Um acordo de cessar-fogo que entrou em vigor na Síria em meados de abril, após mediação da ONU, falhou em conter a brutal repressão do regime ao movimento popular antigoverno que teve início em março do ano passado.

"Achamos que as eleições­­ não têm qualquer credi­­bi­­li­­dade no meio de uma situa­­­­ção em que o regime es­­tá­­ ma­­­­tan­­do a população", fa­­lou­­­­­­ de Paris a porta-voz do Con­­­­selho Nacional Sírio, Bas­­sma­­ Kodmani – o conselho é o­­ principal grupo de oposição no exílio. "É um insulto [as eleições] ao processo democrático", reiterou.

O líder oposicionista Hay­­­­tham­­ Manna, por sua vez,­­ dis­­­­se ser contra a votação­­ "por­­­­­­que ela não tem carac­­te­­rís­­ticas de uma eleição li­­vre".­­ Manna, que fez a de­­cla­­ra­­ção­­­­­­ de Bruxelas, comanda­­ o­­ Co­­­­mitê Nacional de Coor­­de­­na­­ção para Mudança Demo­­crá­­tica, que representa ativistas na Síria e no exílio.

A ONU estima que mais de 9 mil pessoas tenham sido mortas na onda de violência que tomou a Síria desde o início do levante.

Refugiados

O primeiro-ministro da­­ Tur­­quia, Recep Tayyip Erdo­­gan, vai se reunir hoje pela primeira vez na região de fronteira entre a Síria e o país com refugiados sírios. É a primeira reunião desde que a Turquia abriu as portas para milhares de ativistas que fugiram do país vizinho desde o início da repressão do governo sírio ao movimento dissidente. Estima-se que, desde o ano passado, 23 mil sírios tenham escapado da violência em seu país para se refugiar na Turquia.

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