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Oriente Médio

Eleições vão reassentar as forças no governo de Israel

Curitiba – As eleições da próxima terça-feira vão desfazer pelo menos duas grandes dúvidas que pairam sobre Israel. A primeira diz respeito à definição do poder que cada partido terá nos próximos quatro anos, uma incógnita agravada pelo surgimento do Kadima, no final do ano passado. A outra questão, levantada pelo enfraquecido Likud, refere-se ao posicionamento dos eleitores em relação à retirada israelense dos territórios ocupados. Para o Likud, os israelenses são contra o plano de retirada deflagrado em setembro; para o Kadima, a maioria é a favor.

O Kadima é o protagonista das transformações políticas vividas pelo país nos últimos meses. Provocou uma espécie de terremoto – atraindo figurões do Likud como o primeiro-ministro interino, Ehud Olmert, e do Partido Trabalhista, com o ex-premier Shimon Peres – e lidera as pesquisas de intenção de voto, apesar de um enfraquecimento registrado na reta final. Esse enfraquecimento já era esperado pelos integrantes da nova sigla. Eles consideram que simpatizantes da direita são maioria entre os indecisos.

Mesmo que as pesquisas de intenção de voto se revelem corretas e o Kadima conquiste entre 30 e 40 cadeiras da Knesset (Parlamento), a formação do novo governo dependerá de alianças. A escolha de um primeiro-ministro exige que mais da metade dos 120 parlamentares de Israel apóiem um mesmo nome. O Likud e seus parceiros nacionalistas – Israel Beiteinu, União Nacional, Partido Nacional Religioso (Mafdal) – esperam ficar com 50 cadeiras. Isso indica que, vitorioso, o Kadima terá que negociar com adversários.

O novo partido tem dois potenciais candidatos a primeiro-ministro. Olmert, que ocupa o cargo desde janeiro, quando Ariel Sharon entrou em coma por causa de um acidente vascular e teve que se afastar, e Peres, que aderiu à sigla mas já declarou que não quer ficar à sombra de um líder.

O Partido Trabalhista, o mais provável aliado do Kadima, defende o nome do sindicalista Amir Peretz, que em novembro venceu Shimon Peres nas eleições internas trabalhistas, pouco antes do ex-premier aderir ao novo partido de Sharon. A reviravolta trabalhista ajudou Sharon a dissolver o Knesset e a antecipara as eleições. Nomes de nacionalistas também vêm sendo aventados. Entre eles estão a ministra da Justiça, Tzipi Livni, e o ministro da Defesa, Shaul Mofaz.

Se a centro-esquerda conseguir apoio para definir o premier, terá mais chance de avançar na definição das fronteiras entre Israel e os territórios palestinos. Do contrário, um primeiro-ministro sem o apoio da direita, pode enfrentar a mesma oposição de travava os planos de Sharon.

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