Eleitores de Ohio, nos Estados Unidos, decidiram nas urnas, nesta terça-feira (7), incluir o aborto na Constituição estadual.
Ao todo, 56,1% dos votos foram favoráveis à emenda constitucional e 43,9% contrários.
O Issue 1 (edição 1, em tradução livre), como ficou conhecida a votação, deliberou especificamente sobre o direito de um indivíduo de “tomar as próprias decisões” sobre o aborto, contracepção e escolha de tratamentos de fertilidade.
A aprovação ocorre meses depois da tentativa frustrada da Assembleia estadual, controlada pelos republicanos, de elevar o número de votos necessários para a inclusão de emendas na constituição estadual.
A proposta visava, em parte, minar a medida de direito ao aborto, que foi decidida nesta terça-feira (7).
Com isso, Ohio se junta a outros seis Estados americanos que se mobilizaram em busca de uma nova legislação sobre o assunto, desde a decisão histórica da Suprema Corte no ano passado, anulando a Roe vs. Wade, que protegia o aborto em nível federal.
Iniciativas estaduais foram realizadas na Califórnia, Kansas, Kentucky, Michigan, Montana e Vermont.
Logo após a decisão da Suprema Corte, em junho do ano passado, o Estado de Ohio adotou uma lei que impedia o aborto, sem exceções, desde a detecção do batimento cardíaco do bebê, o que ocorre por volta das seis semanas de gestação.
Essa lei foi suspensa pela justiça, tornando o aborto legal até a 22ª semana de gravidez.
Agora, a nova emenda constitucional permitiu de vez o acesso em nível estadual. A norma entrará em vigor daqui a 30 dias, a partir da confirmação da votação.
De acordo com a agência AFP, a participação dos eleitores foi "robusta" para uma eleição fora do ano.
Para o presidente da Câmara de Ohio, o republicano Jason Stephens, os conservadores continuarão na luta a favor da vida.
“Como conservador 100% pró-vida, continuo firmemente comprometido em proteger a vida e esse compromisso é inabalável”, afirmou.
De acordo com ele, “o Legislativo tem outros caminhos a explorar para continuar a proteger vidas inocentes.”
Biden comemora "vitória"
O presidente dos EUA, Joe Biden, celebrou a aprovação da emenda, enxergando a votação como uma vitória democrata nas urnas.
Na rede social X (antigo Twitter), ele aproveitou o momento para questionar os resultados das últimas pesquisas eleitorais divulgadas no país.
“Nesta noite, a democracia venceu e os trumpistas perderam. Os eleitores votam. As pesquisas não. Agora, vamos vencer no próximo ano”, disse o democrata, que aparece atrás de Trump na intenção de votos para as eleições presidenciais de 2024.
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