
O presidente norte-americano, Barack Obama, destacou neste sábado a "grande promessa" de crescimento dos negócios nas Américas, buscando dar mais espaço ao peso econômico da região, à qual ele deu pouca atenção em seus primeiros três anos de mandato.
No encontro de líderes empresariais em Cartagena, na Colômbia, onde participa da Cúpula das Américas, até hoje, Obama descreveu os laços entre Estados Unidos e América Latina como "um dos relacionamentos comerciais mais dinâmicos do mundo".
A reunião precedeu o início formal da cúpula, que reúne 33 governantes da região.
"Com quase um bilhão de cidadãos cerca de um bilhão de consumidores entre nós, há muito mais que podemos fazer juntos", afirma trecho do discurso de Obama divulgado pela Casa Branca.
"Para as Américas, este é um momento de grande promessa. E acredito que, se nós aproveitarmos as oportunidades que estão diante de nós, continuaremos a ser parceiros econômicos uns dos outros", continou.
Por sua vez, o presidente do Peru, Ollanta Humala, disse que seu país e o resto da América Latina precisam diversificar suas economias a fim de se tornarem menos vulneráveis a flutuações de preços das commodities.
Tensão
Apesar do discurso otimista e de ter evitado uma indesejável foto com o cubano Raúl Castro, Obama corre o risco de enfrentar uma saia justa em pleno ano eleitoral durante o evento. Há temas espinhosos que deverão entrar nos debates dos quais ele não terá como fugir. Os principais, além da ausência de Cuba, que provocou a grita de países da região, são a revisão da política de combate às drogas e a questão das Malvinas. Os EUA foram os únicos a rejeitar o convite ao presidente Raul Castro à reunião de cúpula, sob a alegação de que não há democracia naquele país.
Não se sabe ainda se a questão das drogas fará parte da declaração final que tende a ser genérica, como em anos anteriores , mas será a primeira vez que os líderes do continente deverão debater a necessidade de uma nova política de combate ao narcotráfico, que incluiria a descriminalização, a regularização da produção, o transporte, o comércio e o consumo de drogas, de um lado, e de outro o endurecimento das penas para traficantes.
A ideia foi lançada pelo presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina, mas não conta com a simpatia dos EUA, nem de El Salvador, Honduras, Nicarágua e Panamá, afetados pela violência do narcotráfico. Por outro lado, a anfitriã Colômbia, que recebe diretamente uma bilionária ajuda do governo norte-americano para enfrentar o narcotráfico, admite essa discussão. Sob o argumento de que os produtos de cocaína, as rotas e os consumidores se encontram, principalmente, na América Latina, o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, defendeu nesta semana a necessidade de pôr o tema sobre a mesa.



