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Onde de protestos

Em conferência nacional, Maduro pede paz sem condicionantes na Venezuela

Principal grupo de partidos opositores membros, da Mesa de Unidade Democrática (MUD), não compareceu ao encontro

Homem segura cartaz com o pedido de paz, em Caracas, na Venezuela | REUTERS/Tomas Bravo
Homem segura cartaz com o pedido de paz, em Caracas, na Venezuela (Foto: REUTERS/Tomas Bravo)

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu um "diálogo sem condicionantes" "nem agenda" durante a Conferência de Paz realizada pelo governo para tratar da violência no país e vista por Miraflores como uma forma de lidar com manifestações que já duram semanas. Mas o principal grupo de partidos opositores membros, da Mesa de Unidade Democrática (MUD), não compareceu ao encontro.

Em carta, o secretário-executivo da aliança, Ramón Guillermo Aveledo, disse que a conferência era um "simulacro de diálogo" e colocou como condições para a participação uma agenda mais ampla e um representante "nacional ou internacional" para mediar as conversas.

"Não vamos nos prestar para o que será uma simulação de diálogo que resulta em uma enganação de compatriotas" escreveu Aveledo em carta para o vice-presidente do país, Jorge Arreaza, tornada pública antes da conferência.

Apesar da declaração de Arreaza, o deputado Alfonso Marquina, de um partido associado à MUD, e o prefeito de Valencia, que se elegeu com apoio dos opositores, compareceram ao encontro, entre outros opositores.

Durante seu discurso, Maduro afirmou que o objetivo era criar uma agenda nacional e fez críticas veladas à oposição.

"Convocamos e convoco a esta Conferência Nacional de Paz a todos os venezuelanos, sem condições, não coloquei condições a vocês para convocá-los, nem agenda, eu os convoquei para construirmos uma agenda de paz entre todos", afirmou.

Em seu discurso, Maduro disse que o governo realizaria outras conferências e que todos os venezuelanos estavam convidados a participar.

"Não façamos um drama pelos que não vieram, que venham da próxima vez. Que ninguém diga não para a paz", disse.

ONU e EUA

A reunião convocada pelo governo ocorre no mesmo dia em que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu ao governo e à oposição que realizassem "gestos concretos" para baixar a polarização e construir um "diálogo significativo".

A medida também ocorre num momento de aproximação, ao menos no discurso, entre Caracas e Washington. Nesta quarta-feira, tanto Maduro quando o secretário de Estado americano John Kerry fizeram declarações conciliadores afirmando estarem prontos melhorarem o relacionamento entre os países.

"Nós temos enfatizado que estamos buscando melhorar a relação, nós constaríamos de ver uma mudança", disse Kerry, afirmando que Maduro culpa os EUA por coisas que o país "não está fazendo".Maduro acenou positivamente às declarações do secretário.

"Que os Estados Unidos também criem uma comissão e comecemos a falar das relações, não pode ser que isso seja eterno", afirmou Maduro, enfatizando que quer dialogar "sem complexos de inferioridade ou superioridade".

A onda de protestos que teve seu pico em 12 de fevereiro e já deixou pelo menos 16 mortos no país. Inicialmente formada por jovens universitários protestando contra a violência, a manifestação cresceu com o apoio de lideranças da MUD que consideram a estratégia de ocupar as ruas com barricadas um caminho para forçar a renúncia de Nicolás Maduro. Leopoldo López, um desses líderes, está preso acusado pelo Ministério Público de ter responsabilidade nas mortes.

O presidente culpou os Estados Unidos pelo que ele afirmou ser um "golpe em andamento", o que a Casa Branca nega. Em resposta, presidente Barack Obama pediu a libertação de todos os presos nas manifestações no país.

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