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Crise

Em dia com 27 mortos na Síria, al-Assad se reúne com ministros árabes

Líderes tentam mediar o fim da violência no país. Greve geral contra presidente e manifestações de apoio foram registradas no país

Pelo menos 27 pessoas, entre elas 11 militares, morreram em confrontos na Síria e greves paralisaram partes do país nesta quarta-feira (26), enquanto o presidente Bashar al-Assad se reunia com ministros árabes que tentam mediar o fim da violência e autoridades realizaram uma grande manifestação de apoio ao governo. O chefe da delegação da Liga Árabe, o primeiro-ministro do Catar, xeique Hamad al-Thani, disse à agência estatal síria de notícias que as discussões desta quarta-feira foram "cordiais e francas", e que os ministros vão voltar a se reunir com autoridades sírias no domingo. Em Homs, no centro do país, reduto da oposição a Assad, uma greve geral foi realizada como protesto pela repressão às manifestações pró-democracia dos últimos sete meses, que segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) já deixou pelo menos 3.000 mortos. Moradores e ativistas disseram que a maior parte dos trabalhadores ficou em casa, e que as lojas fecharam as portas nessa cidade de 1 milhão de habitantes. Um morador relatou que oposicionistas armados impuseram a adesão à greve. Disparos feitos pelo Exército, que mataram 11 pessoas em toda a Síria nesta quarta-feira, também mantiveram a população fora das ruas. Em Deraa, há relatos de uma paralisação ainda maior. "Há um fechamento total. As ruas de Deraa estão vazias, mesmo os poucos açougues e farmácias que estavam abertos agora fecharam", disse Jasem Masalmeh, morador da capital provincial.

Em Hamrat, ao norte de Homs, supostos desertores do Exército mataram nove soldados ao jogarem uma granada de propulsão contra um ônibus, de acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos. Assad enfrenta pressão internacional por causa da repressão, que já levou os EUA e a União Europeia a imporem sanções. "Isso vai acabar com a queda do regime. É quase inevitável", disse o chanceler francês, Alain Juppé, nesta quarta-feira. "Mas, infelizmente, pode demorar, porque a situação é complexa, porque há o risco de uma guerra civil entre facções sírias, porque os países árabes dos arredores não querem nossa intervenção", afirmou ele a uma rádio.

Passeata pró-Assad Na praça Umayyad, no centro de Damasco, dezenas de milhares de pessoas se reuniram para apoiar Assad, no que se tornou uma demonstração semanal de apoio organizada pelas autoridades. A TV estatal mostrou as pessoas agitando bandeiras da Síria e carregando retratos de Assad, marchando sob o slogan "Vida longa à pátria e a seu líder." A passeata aconteceu antes da chegada de enviados de seis nações árabes a Damasco para conversas com Assad depois do pedido feito em 16 de outubro para que oposição e governo realizassem um diálogo num prazo de 15 dias na sede da Liga, no Cairo. "O que se espera é que a violência acabe, um diálogo comece, e que reformas sejam realizadas", disse o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Elaraby, sobre a delegação liderada pelo Catar, que também inclui Egito, Argélia, Omã, Sudão e Iêmen. O governo de Assad diz que pretende seriamente fazer reformas, mas que a oposição atrapalha. Já a oposição afirma que Assad não tem a intenção de relaxar seu domínio, apontando para o aumento nas mortes, torturas, prisões e assassinatos. O Observatório para Direitos Humanos afirmou que a missão árabe deve exigir que a Síria permita que monitores civis independentes observem no terreno como as forças de segurança operam. A Síria expulsou do país a maior parte dos correspondentes estrangeiros, dificultando a confirmação dos relatos feitos por ativistas e autoridades.

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