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O presidente da França, Emmanuel Macron, disse que a Europa precisa aumentar sua defesa diante da crescente “ameaça da Rússia” e das dúvidas sobre o compromisso dos Estados Unidos com a segurança do continente.
Macron, em um discurso televisionado para a população nesta quarta-feira (5), também anunciou que abriu “o debate estratégico” para estender aos aliados europeus da França a dissuasão oferecida pelo arsenal nuclear de seu país, embora tenha enfatizado que a decisão final sobre o uso de armas atômicas “sempre estará” nas mãos da França.
“A Rússia é uma ameaça para a França e para a Europa”, declarou Macron, que listou as crescentes agressões de Moscou contra países europeus nos últimos anos.
Assassinatos de oponentes exilados, interferência em eleições, ataques cibernéticos, campanhas de desinformação e provocações de aviões e navios militares russos perto das fronteiras europeias foram algumas das manifestações do que ele descreveu como a “agressividade” da Rússia.
Macron também lembrou que a Rússia reinvadiu a Ucrânia em 2022, um conflito no qual envolveu militares norte-coreanos e equipamentos militares iranianos, depois que sua primeira invasão em 2014 terminou nos Acordos de Minks que Moscou não respeitou.
“Não podemos aceitar a palavra da Rússia. A Ucrânia tem o direito à paz e à segurança”, disse ele.
“Os Estados Unidos, nosso aliado, mudaram sua posição na guerra”, afirmou Macron, que enfatizou que “a paz não pode ser a capitulação da Ucrânia”.
Por essa razão, disse ele, a Europa deve “continuar a ajudar os ucranianos a resistir até que possam negociar uma paz sólida com a Rússia”.
Macron advertiu que a Rússia está em um programa de rearmamento para aumentar ainda mais suas forças armadas até 2030: “Quem pode acreditar que a Rússia ficará satisfeita com a Ucrânia?
Diante disso, ele reconheceu que há dúvidas sobre o compromisso de Washington com a segurança europeia e, embora tenha expressado a esperança de que os EUA continuem envolvidos, advertiu que “devemos nos preparar caso isso não aconteça”.
“O futuro da Europa não pode ser decidido em Washington ou Moscou. A ameaça vem do Leste, a situação de estabilidade após a queda do Muro (de Berlim) não existe mais”, recapitulou.
Em nível nacional, Macron anunciou a continuação do aumento dos gastos militares, embora “sem novos impostos”, dentro de um processo semelhante na Europa, do qual o Conselho Europeu extraordinário de amanhã será um primeiro passo.







