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A ex-secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, durante o lançamento do livro "O que aconteceu"  | Drew Angerer/AFP
A ex-secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, durante o lançamento do livro "O que aconteceu" | Foto: Drew Angerer/AFP

O ex-pré-candidato democrata Bernie Sanders, o ex-diretor do FBI James Comey, o ex-rival Donald Trump, a imprensa, a Rússia, o sexismo, o racismo. Esses são alguns dos culpados citados por Hillary Clinton, em seu novo livro, por sua derrota em 2016.  

"What Happened" (o que aconteceu) chegou às livrarias americanas nesta terça (12), dez meses após a democrata perder a eleição à Casa Branca para Trump, com 469 páginas em que Hillary fala não só sobre o que ela considera ter influenciado o resultado, mas sobre sua vida após a derrota, como sua dolorosa participação na cerimônia de posse do ex-opositor.  

Por seu relato, a atuação de Comey talvez seja o obstáculo do qual Hillary mais se ressente.  

O então diretor do FBI anunciou, dez dias antes da eleição, uma nova investigação sobre o uso indevido de e-mails privados quando a democrata era chanceler.  

"Comey fez uma escolha de me criticar fortemente em público em julho e depois reabrir a investigação em 28 de outubro, sem dizer uma palavra sobre Trump e Rússia", escreve Hillary. "Se não fosse por essas decisões, tudo teria sido diferente."  

Sanders, com quem disputou a candidatura democrata, é culpado, para Hillary, de bater demais em teclas como seu elo com Wall Street.  

‘Hillary trapaceira’

"Os ataques dele causaram um prejuízo duradouro, tornando ainda mais difícil unir os progressistas nas eleições gerais e abrindo o caminho para a campanha 'Hillary trapaceira' de Trump", escreve.  

À imprensa, ela culpa pela extensa cobertura sobre o escândalo dos e-mails: "Por que a mídia decidiu apresentar a controvérsia sobre os meus e-mails como uma das mais importantes histórias políticas desde o fim da Segunda Guerra?"  

Hillary cita ainda "o plano da Rússia para sabotar" sua campanha, incluindo o vazamento de e-mails do seu então diretor John Podesta. "Mesmo sem haver fogo, havia fumaça suficiente para sufocar nossa campanha."  

A democrata afirma que estava "disputando uma campanha presidencial tradicional" enquanto Trump estava num "reality show que, de forma incansável e hábil, alimentava a raiva e o ressentimento dos americanos".  

Para Hillary, o fato de ela ser mulher também contribuiu negativamente. "As pessoas pareciam acreditar que eu era má. Era por que eu sou mulher? Não. Mas eu acredito que isso foi a motivação para alguns daqueles gritos [pedindo sua prisão] e para parte daquela raiva."  

A democrata faz também pelo menos dois mea-culpa ao dizer que não deveria ter recebido dinheiro de Wall Street para dar palestras - especialmente durante a crise financeira pós-2008 - e por ter falado, fora de contexto, durante a campanha que acabaria com o negócio de mineiros e empresas de carvão.  

"Eu esclareci e me desculpei e falei do meu plano para investir nas comunidades de carvão. Mas o estrago já estava feito."  

Ela também menciona, sem dar outros detalhes "os erros que cometeu". 

"Eu assumo a responsabilidade por todos eles. Você pode culpar os dados, a mensagem, o que você quiser -mas eu era a candidata. Era a minha campanha. Foram as minhas decisões."

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