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A candidata antichavista María Corina Machado
A candidata antichavista María Corina Machado| Foto: EFE/ Rayner Peña R.

A oposição venezuelana iniciou nessa terça-feira (22) a campanha política para as primárias de 22 de outubro, que definirão o representante que vai enfrentar o chavismo governista nas eleições presidenciais de 2024, com pequenos e discretos atos que serviram para divulgar propostas, fazer advertências e pedir união contra a chamada revolução bolivariana.

Faltando dois meses para as eleições primárias, sete dos 13 candidatos aproveitaram a oportunidade para responder a perguntas de jornalistas, caminhar com apoiadores e apresentar planos para o país, caso consigam a oportunidade de concorrer pela coalizão oposicionista e vençam o pleito em 2024, cuja data ainda não foi definida.

A Comissão Nacional de Primárias (CNP), que organiza o processo sob o comando da Plataforma Unitária Democrática (PUD), pediu aos candidatos que promovam suas ideias com respeito, rejeitando as "ações intimidadoras ou violentas" que afetaram alguns candidatos, que por sua vez acusam o regime de Nicolás Maduro por ser responsável pelos eventos.

Obstáculos à vista

Aqueles que desejam assumir a liderança antichavista sabem que enfrentarão obstáculos nessa corrida, e por isso veem a necessidade de estar "preparados e organizados" para enfrentar a "violência direcionada" e os desafios que surgirem, como disse o pré-candidato Henrique Capriles.

"Quanto mais obstáculos, quanto mais eles quiserem dificultar, maior deve ser a participação", disse o político, que optou por iniciar a campanha com uma entrevista coletiva em Caracas.

Também em um encontro com jornalistas, o ex-governador Andrés Velásquez foi além, lembrando que as primárias "continuam sendo perseguidas" pela "possibilidade de que o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) emita uma decisão contrária", pois já admitiu para análise um pedido de suspensão da corrida eleitoral.

"Quero reiterar meu apelo ao povo venezuelano. Pedimos seu apoio, queremos que nos ajude", afirmou Velásquez, que vê as eleições de outubro como uma oportunidade de mudança política para acabar com o chavismo, que está no poder desde 1999.

Dia de propostas

Velásquez aproveitou o dia para reiterar propostas como a redução do mandato presidencial de seis para quatro anos, a eliminação "definitiva" da reeleição, a realização de um segundo turno de eleições presidenciais, a libertação de "todos os presos políticos" e uma "guerra contra a corrupção".

Já o ex-deputado Roberto Enriquez apresentou seu programa de governo, que inclui planos mais radicais, como o fechamento do Banco Central da Venezuela (BCV) para "pôr fim" à desvalorização da moeda local e à inflação do país, a mais alta do mundo.

O candidato social-cristão também declarou uma "luta aberta" contra a ideologia de gênero e a descriminalização do aborto.

Incentivo ao voto

O ex-deputado Carlos Prosperi liderou um ato com ativistas e convocou os venezuelanos a votarem em massa não só em outubro, como também em 2024, apesar das dúvidas sobre a nova liderança do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que ainda aguarda nomeação.

"Eles não vão receber de nós discursos que incentivem a não participação", disse o social-democrata, depois de conclamar os venezuelanos a não perderem o desejo de votar, independentemente da nova direção do CNE, que deverá ser anunciada esta semana pelo Parlamento, de grande maioria governista.

Por sua vez, o ex-congressista Freddy Superlano participou de uma manifestação em Caracas, acompanhado por centenas de apoiadores, e a ex-congressista María Corina Machado — a favorita para essa corrida, de acordo com várias pesquisas de opinião — preferiu publicar uma mensagem nas redes sociais.

"A reta final para as primárias está começando e todos os venezuelanos têm o imenso desafio de votar e ganhar com uma vitória esmagadora", disse a candidata, de 55 anos, depois de reconhecer que haverá obstáculos, razão pela qual ela considerou necessário aumentar a organização para "derrotar a tirania" e "ir até o fim", como diz seu slogan de campanha.

Perseguição política

Desde o início da corrida eleitoral, opositores do ditador Nicolás Maduro têm denunciado ações repressivas contra suas campanhas pelo país.

No dia 7 de agosto, a pré-candidata favorita para as primárias, María Corina Machado, afirmou que o regime usa as Forças Armadas do país para uma "perseguição política" aos candidatos que viajam em busca de votos para o pleito interno.

Na última segunda-feira (21), Maduro anunciou o retorno das atividades de grupos paramilitares conhecidos como Cuadrillas de Paz (em tradução livre, Esquadrões da Paz), com um discurso de defesa do país contra o "fascismo" e tentativas de golpe.

Organizações internacionais acusam os grupos de serem instrumentos do regime para atacar a oposição por meio de intimidação e violência, reprimindo protestos e manifestações políticas contra o governo madurista. (Com informações da Agência EFE)

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