O Irã e a agência nuclear da ONU iniciaram nesta sexta-feira (8) uma nova rodada de negociações na tentativa de selar um acordo que leve à retomada das investigações sobre as pesquisas nucleares da República Islâmica.
EUA, Israel e potências europeias estão ansiosas por restringir as atividades iranianas suspeitas de ligação com o desenvolvimento de armas nucleares. Teerã insiste no caráter pacífico e civil do seu programa nuclear.
As potências mundiais acompanharão de perto a reunião entre a AIEA e o Irã em Viena para avaliar se o governo iraniano está disposto a fazer concessões antes de um diálogo mais amplo envolvendo sete países neste mês em Moscou.
A Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA, um órgão da ONU) irá pressionar o Irã a aceitar inspeções imediatas no seu complexo militar de Parchin, nos arredores de Teerã, onde os EUA e seus aliados suspeitam que houve testes com explosivos ligados a pesquisas com armas atômicas.
O Irã promete colaborar com a AIEA para provar que tais acusações foram "forjadas e fabricadas".
Ali Asghar Soltanieh, embaixador do Irã na AIEA, sorriu ao chegar à sede da agência para a reunião, mas não deu declarações.
O Irã e a AIEA dizem que já houve progressos significativos na busca por uma "abordagem estruturada" que estabeleça os termos gerais para a investigação da AIEA.
Mas ainda há divergências sobre como seria a inspeção, e os EUA disseram nesta semana duvidar de que o Irã pretenda franquear adequadamente o acesso a todos os documentos, funcionários e locais.
"Não estou otimista", disse Robert Wood, embaixador em exercício dos EUA na AIEA, num intervalo de uma reunião do conselho diretor da agência. "Certamente espero que um acordo seja alcançado, mas não estou certo de que o Irã esteja preparado."
Seu ceticismo foi reforçado por declarações desafiadoras de Soltanieh, que na quarta-feira acusou a agência da ONU de agir como um serviço de espionagem manipulado pelo Ocidente, e disse que as atividades militares iranianas não são da conta da AIEA.
O diplomata disse que o Irã "não vai permitir que nossa segurança nacional seja ameaçada", num sinal de que o país poderá limitar o escopo da investigação da ONU.



