O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, declarou uma nova era nas relações de Estados Unidos e Cuba ao comemorar a restauração dos laços diplomáticos em Havana ontem, mas aproveitou seu discurso para mandar um recado insólito ao regime dos irmãos Castro à ilha: ele exortou uma mudança política, dizendo aos cubanos que devem ser livres para escolher seus líderes.
Primeiro secretário de Estado norte-americano a visitar Cuba em 70 anos, Kerry presidiu uma cerimônia de hasteamento da bandeira dos EUA na embaixada recentemente reaberta de seu país.
Kerry deixou claro que, apesar do reatamento histórico entre os ex-inimigos da Guerra Fria, Washington irá continuar a pressionar por uma reforma democrática. “Continuamos convencidos de que o povo de Cuba estaria mais bem servido por uma democracia genuína, na qual as pessoas são livres para escolher seus líderes”, disse o diplomata, falando em um país no qual o Partido Comunista é a única sigla legal, a mídia é controlada com rigidez e a dissidência política é reprimida.
Suas palavras foram transmitidas ao vivo na televisão estatal cubana. Os comentários de Kerry foram respondidos pelo ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, que defendeu o governo comunista em uma conferência de imprensa conjunta e criticou os EUA em matéria de direitos. “Temos profundas diferenças em segurança nacional, direitos humanos e modelos políticos”, disse.
Cuba vem defendendo seu estilo de governo diante da hostilidade e da pressão por mudanças vindas dos EUA desde a revolução de 1959 que colocou Fidel Castro no poder.
-
Oposição articula coalizão para manter veto à criminalização de fake news eleitoral
-
Lula insulta a memória dos brasileiros assassinados pelo Hamas
-
Xi Jinping vem ao Brasil e espera destravar com Lula adesão do país à Nova Rota da Seda da China
-
Marx, Paulo Freire e Foucault: os autores mais citados em universidades do Brasil
Deixe sua opinião