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Refúgio para estabilidade

Em tempos de militarização, cinco países se destacam como os mais pacíficos do mundo

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Aurora Boreal em Budir, aldeia na Islândia, considerado o país mais pacífico do mundo. (Foto: Giuseppe Milo/Wikimedia Commons)

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Enquanto o mundo enfrenta o maior número de conflitos armados desde a Segunda Guerra Mundial, cinco países continuam a se destacar como refúgios de estabilidade, paz e ordem. De acordo com o Índice Global da Paz de 2025 (GPI, na sigla em inglês), elaborado pelo Institute for Economics & Peace (IEP) e divulgado em junho, Islândia, Irlanda, Nova Zelândia, Áustria e Suíça ocupam as primeiras posições no ranking de nações mais pacíficas do planeta.

A liderança da Islândia é ininterrupta desde 2008 – quando o primeiro índice foi divulgado, confirmando o país como modelo de segurança interna, baixa criminalidade e neutralidade externa. Irlanda e Nova Zelândia, também recorrentes entre os primeiros colocados, se destacam pela estabilidade política e confiança nas instituições. Já Áustria e Suíça mantêm a tradição histórica de neutralidade, consolidando-se como polos de paz em meio ao aumento da militarização global.

Segundo o relatório, a paz mundial registrou sua sexta queda consecutiva neste ano. O estudo aponta que a pacificação global tem piorado ano após ano desde 2014, com 100 dos 163 países avaliados estando em deterioração na última década, ou seja, a maioria das nações se tornou mais violenta ou instável entre 2014 e 2024, refletindo o avanço da criminalidade, do terrorismo e da militarização em escala global. Conforme o relatório, ao todo, 59 conflitos ativos foram contabilizados até o ano passado, resultando em 152 mil mortes relacionadas a guerras - o número mais alto desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

A diferença entre os países mais pacíficos e os menos pacíficos também cresceu. A chamada “desigualdade da paz” aumentou 11,7% nas últimas duas décadas, segundo mostra o documento. Enquanto os 25 países mais pacíficos registraram uma queda de apenas 0,5% nos indicadores, os 25 menos pacíficos tiveram uma deterioração de 12,2%.

Na parte mais baixa da classificação aparecem Rússia, Ucrânia, Sudão, República Democrática do Congo e Iêmen, todos envolvidos em guerras internas ou internacionais que se intensificaram nos últimos anos. Só em 2024, 17 países registraram mais de mil mortes em conflitos internos, o maior número desde 1999. A Rússia, segundo o relatório, é o país menos pacifico do mundo.

O Brasil, sob a liderança de Lula, aparece na 130ª posição entre 163 países, permanecendo entre as nações menos pacíficas do mundo. Embora tenha registrado uma ligeira melhoria em relação ao ano anterior, o país ainda enfrenta graves desafios internos, como altos índices de criminalidade e instabilidade social, o que o coloca apenas como o nono mais pacífico entre os 11 avaliados na América do Sul.

Em contraste, a Argentina, governada por Javier Milei, alcançou a melhor colocação da região, ocupando o 46º lugar no ranking global e registrando uma melhoria de 3,8% em seu nível de paz. O avanço argentino foi atribuído à contenção de riscos de instabilidade política, já que as medidas de austeridade implementadas não provocaram protestos em massa, além de melhorias nos indicadores econômicos que contribuíram para reforçar a estabilidade.

O impacto econômico da violência também é citado. O relatório calcula que o custo global da ausência de paz chegou a US$ 19,97 trilhões em 2024, valor equivalente a 11,6% de toda a atividade econômica mundial. A maior parte desse montante vem de gastos militares e de segurança interna, enquanto os investimentos em construção da paz representaram menos de 1% desse total.

O GPI deste ano conclui que, embora alguns países mantenham ilhas de estabilidade e pacificação, a ordem internacional está em um ponto de inflexão. A militarização crescente, a fragmentação geopolítica e a dificuldade em alcançar acordos duradouros aumentam o risco de novas escaladas de violência em diferentes regiões do mundo.

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