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Em testamento escrito no ano de 2022 e divulgado pelo Vaticano nesta segunda-feira (21), o papa Francisco pediu que seus "restos mortais" fossem enterrados na Basílica Papal de Santa Maria Maior. O pontífice faleceu na manhã desta segunda, na residência da Casa Santa Marta, em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), seguido de insuficiência cardíaca.
No testamento, Francisco escreveu que "o túmulo deve ser no chão; simples, sem decoração especial e com uma única inscrição: Franciscus".
"Desejo que a minha última viagem terrena se conclua precisamente neste antiquíssimo santuário Mariano, onde me dirigia para rezar no início e fim de cada Viagem Apostólica, para entregar confiadamente as minhas intenções à Mãe Imaculada e agradecer-Lhe pelo dócil e materno cuidado", escreveu Francisco.
Sobre as despesas da sepultura, o papa mencionou que "serão cobertas pela soma do benfeitor que providenciei, a ser transferida para a Basílica Papal de Santa Maria Maior e para a qual dei instruções apropriadas ao Arcebispo Rolandas Makrickas, Comissário Extraordinário do Cabido da Basílica". O desejo de Francisco demonstra uma exceção significativa em relação ao sepultamento dos papas na Igreja Católica.
Tradicionalmente, os papas são enterrados na Cripta da Basílica de São Pedro, também chamada de Grutas Vaticanas. Alguns, como João Paulo II, tiveram os restos transferidos para altares superiores posteriormente. A sepultura é discreta, com nome e datas do pontificado; algumas vezes, com inscrições solicitadas pelo próprio papa.
João Paulo II (2005): inicialmente sepultado nas Grutas Vaticanas; em 2011 (beatificação), foi transferido para a Capela de São Sebastião, no interior da basílica.
Bento XVI (2022): papa emérito, teve funeral simples, conforme desejo pessoal, e foi sepultado onde estava o túmulo de João Paulo II antes da transferência.
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Leia a íntegra do testamento do papa Francisco:
Miserando atque Eligendo
Em Nome da Santíssima Trindade. Amém.
Sentindo que se aproxima o ocaso da minha vida terrena e com viva esperança na Vida Eterna, desejo expressar a minha vontade testamentária somente no que diz respeito ao local da minha sepultura.
Sempre confiei a minha vida e o ministério sacerdotal e episcopal à Mãe do Nosso Senhor, Maria Santíssima. Por isso, peço que os meus restos mortais repousem, esperando o dia da ressurreição, na Basílica Papal de Santa Maria Maior.
Desejo que a minha última viagem terrena se conclua precisamente neste antiquíssimo santuário Mariano, onde me dirigia para rezar no início e fim de cada Viagem Apostólica, para entregar confiadamente as minhas intenções à Mãe Imaculada e agradecer-Lhe pelo dócil e materno cuidado.
Peço que o meu túmulo seja preparado no nicho do corredor lateral entre a Capela Paulina (Capela da Salus Populi Romani) e a Capela Sforza desta mesma Basílica Papal, como indicado no anexo.
O túmulo deve ser no chão; simples, sem decoração especial e com uma única inscrição: Franciscus.
As despesas para a preparação da minha sepultura serão cobertas pela soma do benfeitor que providenciei, a ser transferida para a Basílica Papal de Santa Maria Maior e para a qual dei instruções apropriadas ao Arcebispo Rolandas Makrickas, Comissário Extraordinário do Cabido da Basílica.
Que o Senhor dê a merecida recompensa àqueles que me quiseram bem e que continuarão a rezar por mim. O sofrimento que esteve presente na última parte de minha vida eu o ofereço ao Senhor pela paz no mundo e pela fraternidade entre os povos.
Santa Marta, 29 de junho de 2022
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