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O ditador da China, Xi Jinping
O ditador da China, Xi Jinping| Foto: EFE/EPA/KEN ISHII

O governo da China está sendo ridicularizado na rede social X após uma postagem da sua embaixada em Paris que sugeriu que os uigures, minoria predominantemente muçulmana da região chinesa de Xinjiang, estão em situação melhor do que a população da Faixa de Gaza, onde Israel realiza no momento uma ofensiva em resposta aos ataques do grupo terrorista Hamas do último dia 7.

A postagem da Embaixada da China na França, publicada na segunda-feira (30), mostra uma foto de prédios em Xinjiang, com uma mesquita à frente, sem qualquer tipo de dano, impecáveis. Embaixo, a representação diplomática colocou uma foto de prédios destruídos em Gaza. Acima das imagens, a embaixada apenas escreveu “sem título”.

Nos últimos anos, a ONU, grupos de direitos humanos e inúmeros relatos denunciaram encarceramento em massa de uigures em Xinjiang (sob pretexto de combate ao extremismo), tortura, violência sexual, execuções, perseguição religiosa e limpeza étnica – que consistiu na orquestração da imigração de pessoas da etnia han, majoritária na China, e emigração de uigures por meio de encarceramento, dessa forma dificultando a perpetuação desta etnia, além de esterilizações e abortos forçados e transferência forçada de crianças.

Esse processo, no qual mais de 1 milhão de uigures foram presos, foi classificado pelos Estados Unidos como genocídio.

Por esse histórico comprometedor, vários usuários criticaram e ironizaram o post da Embaixada da China na França.

“A China não bombardeia os uigures, apenas os coloca em campos de concentração horríveis”, escreveu um. “Não me atrevo a pensar no que a China faria se uma organização terrorista entrasse nas aldeias chinesas e massacrasse milhares de aldeões, incluindo bebês, crianças e idosos”, afirmou outro.

Um usuário ironizou a vontade da China de “dar aulas” sobre como respeitar direitos de civis e outro perguntou: “E os uigures, os tibetanos concordam com vocês?”.

Outros usuários publicaram fotos de presos nos campos de “reeducação” de Xinjiang e do Massacre da Praça da Paz Celestial.

Uma nota de esclarecimento da comunidade do X também rebateu a publicação. “A região de Xinjiang tornou-se (por ordem do Partido Comunista da China) uma colônia de assentamentos. Isso é acompanhado por uma supressão das populações originárias (os uigures). Soma-se a isso a supressão da cultura local em favor da cultura dos colonos”, informou.

O Ministério da Saúde de Gaza, enclave controlado pelo Hamas, afirmou que 8.525 pessoas morreram na região desde o início da ofensiva israelense. Entretanto, os governos de Israel e dos Estados Unidos contestam esses números.

As autoridades israelenses argumentam que visam apenas integrantes do Hamas e que o grupo terrorista utiliza a população civil de Gaza como escudos humanos.

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