Logo após o terremoto que devastou cidades da região central da Itália, com epicentro em LAquila, o técnico do Laboratório Nacional de Física de Gran Sasso Giampaolo Giuliani tornou-se o centro de uma controvérsia. Ele teria previsto o tremor, algo a que as autoridades não deram crédito. A indignação da população se soma à dúvida de cientistas, que afirmam que o método de previsão usado por Giuliani, baseado no gás radônio, não é comprovado. Leia a versão de Giuliani, que conversou com a Gazeta do Povo por telefone:
Como funciona seu método de previsão de terremotos?
Verificamos que a emissão de gás radônio aumenta de intensidade em caso de terremoto. Quando entendemos que isso ocorre só antes (de um tremor), fomos testar se era possível criar um precursor sísmico (sismógrafo).
De onde surgiu o método?
Aos poucos, há dez anos. É uma pesquisa privada. São sete colaboradores que trabalham num laboratório de física.
O que você pensa de quem duvidou de sua previsão?
Muita raiva, porque talvez alguém poderia ter se salvado.
Após o terremoto, você acha que seu método será reconhecido?
Muitas pessoas, inclusive pesquisadores, vão reconhecer. Agora estão me propondo diversas colaborações científicas. O método é válido cientificamente. Os resultados dão respostas estatísticas. Por isso, creio que a ciência o aceitará, ainda que, nesse momento, alguns cientistas não estejam de acordo.
Houve boatos de que você teria tentado avisar a população com um autofalante e foi ameaçado de prisão por alarmar a população. Teve medo?
Essa história foi baseada em uma mentira de alguém que não gosta de mim.
Até mesmo sua família sofreu danos com o terremoto?
Sim, minha mãe e filha perderam a casa, que ficou inabitável. Mas ninguém se feriu.
Como pretende aprofundar seu método?
Logo que passe o tumulto do terremoto avançaremos com o trabalho.
O que você estudou?
Química, mecânica e eletrônica. Trabalho como técnico de pesquisa no Laboratório de Física Nuclear de LAquila.



