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Mugabe que declarou estado de emergência, na semana passada, diz que o Ocidente busca uma forma de tirá-lo do poder. ONU aponta que 783 pessoas morreram no país desde o início da epidemia | Philimon Bulawayo / Reuters
Mugabe que declarou estado de emergência, na semana passada, diz que o Ocidente busca uma forma de tirá-lo do poder. ONU aponta que 783 pessoas morreram no país desde o início da epidemia| Foto: Philimon Bulawayo / Reuters

O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, assegurou nesta quinta-feira (11) que a epidemia de cólera no país está sob controle e rechaçou os pedidos para que deixe o poder, o qual controla desde 1980.

No entanto, o número de vítimas do cólera cresceu bastante nos últimos dias neste país localizado no sul da África. Mugabe chegou nesta quinta ao ponto de dizer que "não existe cólera" no Zimbábue e que a crise na saúde pública do país acabou.

De acordo com novos números divulgados nesta quinta-feira (11) pela Organização das Nações Unidas (ONU), 783 pessoas já morreram no Zimbábue desde o início da epidemia de cólera, em agosto. Ao todo, 16.403 casos da doença foram diagnosticados no período, prosseguiu a entidade

O cólera se alastrou rapidamente pelo Zimbábue em meio à precariedade do sistema de saúde e dos serviços de saneamento básico. Na semana passada, o país declarou estado de emergência sanitária.

Mugabe repetiu nesta quinta-feira que as acusações do Ocidente em relação ao cólera são apenas uma desculpa para retirá-lo do poder.

O país vive no momento um persistente impasse político. Mugabe e o líder oposicionista Morgan Tsvangirai buscam há meses, mas sem sucesso, um acordo de partilha de poder.

Nesta quinta, durante o funeral de um funcionário do partido governista, Mugabe insistiu que a epidemia está sob controle graças à ajuda da Organização Mundial de Saúde (OMS) e de outras entidades.

"Agora que não há cólera, não há necessidade de guerra", disse ele. "Precisamos de médicos, não de soldados", concluiu.

Nos últimos dias, os presidentes dos Estados Unidos, George W. Bush; da França, Nicolas Sarkozy; e o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Gordon Brown, pediram a Mugabe que deixe o poder.

Em Washington, o embaixador dos EUA no Zimbábue, James McGee, disse nesta quinta que a epidemia de cólera está se espalhando pelo país e que a declaração feita mais cedo por Mugabe, de que a epidemia acabou, mostra o quanto "ele está fora de contato com a realidade".

"Um homem e seus cúmplices estão mantendo um país como refém", disse McGee.

A epidemia ameaça se espalhar para a África do Sul. Pelo menos 664 pessoas já foram diagnosticadas com cólera e tratadas na África do Sul e oito morreram da doença. Centenas de zimbabuanos cruzam a fronteira sul-africana todos os dias, fugindo do caos no país e em busca de melhores condições de vida. As informações são da Associated Press.

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