O presidente do Equador, Guillermo Lasso, declarou nesta segunda-feira estado de exceção por 60 dias em todo o país em resposta à recente onda de violência, criminalidade e insegurança, e blindou as forças de segurança (policiais e militares) de possíveis ações judiciais pelo desempenho de suas funções.
Por meio de um decreto executivo, Lasso declarou um "estado de exceção devido a graves distúrbios internos" devido ao "aumento da atividade criminosa".
A medida permitirá que as Forças Armadas se unam ao trabalho da Polícia Nacional nas ruas para combater a onda de crimes, especialmente na cidade costeira de Guayaquil e em áreas vizinhas.
"Nas ruas há um só inimigo: o narcotráfico", declarou o presidente de direita.
"Nossas forças militares e policiais serão sentidas com força nas ruas, para realizar controles de armas, inspeções, patrulhas 24 horas por dia, buscas por drogas, entre outros", completou. Lasso disse que, com o aumento do narcotráfico, aumentam também os assassinatos, roubos a domicílios e veículos.
O presidente equatoriano complementou sua decisão em uma mensagem à nação na qual anunciou a criação de um "comitê de defesa jurídica da força pública" encarregado de defender os policiais ou militares que possam ser processados por cidadãos no contexto de ações de segurança.
Segundo ele, o governo dará indulto a todos os que forem condenados por cumprir o seu trabalho. "Nossos juízes devem garantir a paz e a ordem, e não a impunidade e o crime", afirmou.
A medida "visa controlar as circunstâncias que surgiram, restabelecer a convivência pacífica e a ordem pública", segundo o decreto.
Entre janeiro e agosto deste ano, foram registrados 1.427 assassinatos no Equador, 55 a mais do que em todo o ano de 2020, segundo dados do Ministério do Interior.
Lasso também decidiu, na segunda-feira, substituir o seu ministro da Defesa, em meio a uma crise carcerária no país, também gerada pelo narcotráfico.
Há duas semanas, membros de organizações criminosas ligadas a cartéis do México e Colômbia e que disputam o poder se enfrentaram em uma penitenciária de Guayaquil, deixando 119 detentos mortos. O caso é considerado um dos piores massacres em presídios na história da América Latina.
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