Biólogos do Centro Médico da Universidade Erasmus, na Holanda, fizeram um mapa genético da Europa e constataram que a maioria da população do continente tem perfil de DNA similar. A idéia da equipe era mostrar o grau de relação de parentesco entre as diversas populações. O mapa foi construído pelo grupo, liderado pelo geneticista Manfred Kayser, e divulgado na revista "Current Biology". A maior diferença fica entre as populações do Norte e do Sul.
De acordo com o geneticista, as diferenças genéticas entre os europeus atuais são provavelmente reflexos do impacto de três migrações da Antigüidade.
A Europa foi colonizada três vezes no passado antigo e os povos sempre chegavam pelo Sul. Há cerca de 45 mil anos, os primeiros homens colonizaram a Europa pelo Sul. Há 20 mil anos, eles voltaram às origens, porém três mil anos depois retornaram novamente ao continente europeu. A terceira invasão ocorreu quando fazendeiros levaram nova tecnologia agrícola do Oriente Médio, há 10 mil anos.
O mapa também identifica a existência de duas barreiras genéticas no continente. Uma fica na Finlândia. As diferenças acorrem, pois um dia a população finlandesa foi muito pequena e se expandiu, influenciando o DNA atípico de seus poucos fundadores.
Entre os italianos também há diferença. Os pesquisadores acreditam que seja por conta dos Alpes, que impediram a passagem de povoados da Itália para outros países europeus.
Os dados para a criação do mapa foram gerados por programas que testam e analisam 500 mil variações comuns de mapas genéticos de seres humanos. No entanto, os pesquisadores utilizaram apenas 300 mil amostras genéticas. Kayser testou quase 2.500 pessoas e analisou os dados, correlacionando as variações genéticas em todos os casos.



