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Em meio à pressão exercida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que os países europeus que integram a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) aumentem seus gastos com defesa, o premiê socialista da Espanha, Pedro Sánchez, anunciou que o país elevará seu orçamento militar para 2% do Produto Interno Bruto (PIB) antes de 2029. O percentual corresponde ao mínimo exigido atualmente pela aliança militar, meta que vários países europeus vêm sendo cobrados a atingir. Por sua vez, Trump vem pressionando para que esse percentual seja elevado para 5%.
O anúncio de Sánchez foi feito após uma cúpula extraordinária da União Europeia (UE) realizada em Bruxelas nesta quinta-feira (6). O premiê justificou a decisão mencionando a crescente instabilidade global e a guerra entre Rússia e Ucrânia.
“Nos encontramos em um contexto complexo, marcado por grandes mudanças no ordenamento mundial”, afirmou. Ele acrescentou que a UE está buscando se fortalecer diante desse cenário.
O aumento no orçamento militar espanhol ocorre em um momento em que vários países europeus estão reavaliando suas políticas de defesa, impulsionados pela guerra no leste europeu, pelo medo de Trump retirar tropas americanas do continente, bem como pela necessidade de modernizar suas Forças Armadas.
Segundo informações da mídia internacional, a nova alocação de recursos ajudará a Espanha a financiar a aquisição de caças de última geração, a modernizar seus blindados e construir de novos porta-aviões para reforçar sua frota naval.
Durante o encontro em Bruxelas, o primeiro-ministro espanhol reiterou seu apoio ao governo de Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, que combate as forças de invasão da Rússia, e prometeu que a Espanha continuará enviando recursos para a defesa do país.
“Mais de três anos de heroica resistência do povo ucraniano, contra vento e maré”, disse. Ele classificou a Rússia como agressora e reforçou a posição da UE sobre o conflito.
“Ucrânia nunca foi um risco para a paz nem para a estabilidade da Rússia. Há um agressor, que é a Rússia de Putin, e há uma vítima, que é a Ucrânia”, declarou.







