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A Espanha defendeu nesta quarta-feira (9) sua aproximação e da União Europeia (UE) com a China diante das críticas dos Estados Unidos, contudo, defendeu o diálogo com o governo do presidente americano, Donald Trump, diante da política comercial que ele vem implementando.
O ministro da Agricultura espanhol, Luis Planas, em nome do governo, respondeu às declarações do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que criticou a Espanha por defender um maior alinhamento com a China, e advertiu que isso “seria como cortar a própria garganta”.
Planas, que acompanha o presidente do Governo espanhol, o socialista Pedro Sánchez, em sua viagem ao Vietnã, e que na sexta-feira (11) deverá ir à China, onde se reunirá com o ditador do país, Xi Jinping, enfatizou em declarações a jornalistas que o governo espanhol está “totalmente calmo”.
Ele acrescentou que defende os interesses da Espanha e quer, como a UE, dialogar com os EUA para resolver o problema criado pela imposição de tarifas por parte de Trump.
Planas enfatizou que a Espanha tem excelentes relações comerciais com a China, que “obviamente queremos não apenas continuar, mas expandir”, e que acredita não ser “de forma alguma contraditória” com o diálogo com os EUA.
Ele enfatizou que Espanha e UE têm parceiros comerciais em todo o mundo, e que a existência de um comércio multilateral baseado em regras é o que permite que todos comprem e vendam, algo que, segundo ele, é benéfico para as empresas e para os cidadãos.
“Essa é nossa linha de ação, a do diálogo construtivo com todos, sem exclusões”, disse o ministro, que insistiu que a ampliação das relações comerciais com outros países e regiões, como Mercosul e Índia, ou “com um parceiro tão importante” como a China, não prejudica ninguém.
Quando perguntado se as palavras de Sánchez em conversa informal com jornalistas que cobrem sua viagem pela Ásia, em que ele disse que a Espanha pode desempenhar um papel na construção de alianças mais equilibradas entre UE e China, poderiam causar problemas com os EUA, Planas explicou que o que o presidente do Governo disse é o mesmo que a UE diz.
“O que a Espanha está fazendo é defender os interesses do país e tentar ajudar a encontrar uma saída construtiva para esse conflito que foi criado pela decisão dos EUA”, acrescentou.
O ministro insistiu que a posição da Espanha é muito firme na defesa dos interesses das empresas e dos cidadãos, e que sempre estará alinhada com a da UE, com a qual o governo espanhol coordenou a viagem que Sánchez faz esta semana a Vietnã e China.
Em resposta às críticas do secretário do Tesouro dos EUA, Planas declarou que as palavras devem ser vistas no contexto em que são proferidas e que, nesse caso, ele lembrou que se tratava de um diálogo no contexto de um evento público, a cúpula da Associação de Banqueiros dos EUA, e não lhes atribui um significado especial.
Mas ele frisou que é perfeitamente legítimo negociar com os EUA e defender os interesses da Europa, e que o governo espanhol está muito confortável com a posição que mantém.




