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História

Esqueleto humano mais antigo da América é descoberto no México

Ossada era de uma jovem entre 15 e 16 anos e tem entre 12 mil e 13 mil anos. O esqueleto estava em uma caverna inundada da Península de Iucatã

Pesquisadora trabalha no fundo do Hoyo Negro, uma grande caverna submarina na península mexicana de Yucatán, local onde foram encontrados um esqueleto humano bem preservado | REUTERS / Paul Nicklen / National Geographic
Pesquisadora trabalha no fundo do Hoyo Negro, uma grande caverna submarina na península mexicana de Yucatán, local onde foram encontrados um esqueleto humano bem preservado (Foto: REUTERS / Paul Nicklen / National Geographic)

Cientistas e mergulhadores de México e Estados Unidos descobriram os restos humanos mais antigos da América, pertencentes a uma jovem de 15 a 16 anos que chamaram de Naia, em uma caverna inundada da Península de Iucatã, informou nesta quinta-feira (15) o Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH).

O esqueleto de Naia, o "mais completo e geneticamente intacto" achado na América, com uma antiguidade de 12 mil a 13 mil anos, foi descoberto no local arqueológico denominado Hoyo Negro, situado dentro de uma caverna inundada no estado de Quintana Roo, no sudeste do México.

A pesquisadora do INAH, Pilar Luna Erreguerena, pioneira em arqueologia subaquática, explicou que a análise do DNA mitocondrial feita durante três anos nos EUA e no Canadá coloca Naia como o "elo que faltava para confirmar o vínculo entre os primeiros habitantes da América e os grupos indígenas neste continente".

A especialista acrescentou que os estudos genéticos permitem confirmar sua linhagem asiática Beringio (em referência à ponte terrestre que existiu durante diferentes eras glaciais no que hoje é o Estreito de Bering) e está vinculada com migrações siberianas de um grupo que desenvolveu mudanças de adaptação ao novo meio.

Segundo a arqueóloga, este descobrimento coloca o México em "uma posição extraordinária" em relação às pesquisas para esclarecer o vínculo existente entre os primeiros habitantes da América e os grupos indígenas atuais.

A especialista acrescentou que a idade do esqueleto foi confirmada também com estudos de sementes, carvão, fezes de morcego fruteiro e outros restos localizados no lugar, assim como pelas mudanças no nível do mar na era de gelo.

Além do esqueleto de Naia, foram achados restos de 26 mamíferos correspondentes a 11 espécies do Pleistoceno Tardio, entre elas um tigre dentes de sabre.

O paleontólogo norte-americano James C. Chatters, autor principal do artigo que ainda será publicado na revista Science, destacou que as excelentes condições de conservação do esqueleto, com crânio e dentadura em bom estado, permitiram realizar as análises e conseguir "uma data tão precisa".

"Hoyo Negro é uma cápsula de tempo que conservou a informação sobre o clima e a vida humana, animal e vegetal que existiam no final da última era de gelo", acrescentou.

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