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Crise

Esquerda desiste de constituir governo e Grécia cai na incerteza

Sem acordo entre os principais partidos, país caminha para a realização de novas eleições

O líder da Coalizão Esquerda Radical, Alexis Tsipras, deixa o gabinete do presidente da Grécia, Karolos Papoulias | Kostas Tsironis/Reuters
O líder da Coalizão Esquerda Radical, Alexis Tsipras, deixa o gabinete do presidente da Grécia, Karolos Papoulias (Foto: Kostas Tsironis/Reuters)

O líder esquerdista Alexis Tsipras desistiu ontem de tentar compor um novo governo para a Grécia, ampliando a possibilidade de que o país tenha novas eleições dentro de algumas semanas. Nenhum partido conseguiu maioria no pleito de domingo passado, que apontou uma forte rejeição popular ao plano de austeridade imposto pela União Europeia para financiar a dívida do país.

Os tradicionais partidos Nova Democracia (conservador) e Pasok (socialista) foram os maiores derrotados pela insatisfação dos gregos contra as propostas de cortes de gastos e de benefícios sociais. O impasse pós-eleitoral mergulhou o país em uma grave crise política.

Tsipras, líder da Coalizão Esquerda Radical, havia sido encarregado de tentar formar um governo depois que o Nova Democracia, partido mais votado no domingo, admitiu não ter como formar maioria.

Mas o Nova Democracia e o Pasok rejeitaram participar da coalizão esquerdista, pois a pré-condição para isso seria renegar o pacote internacional.

A tarefa de tentar formar­­ o governo será agora delegada ao líder do Pasok, Evan­­gelos Venizelos. Caso ele também fracasse, uma nova eleição deve ser convocada para dentro de três a quatro semanas.

"Nossa proposta desfrutava de apoio amplo na sociedade, mas fraco no Parlamento. Não seremos capazes de realizar nosso sonho de um governo de esquerda", disse Tsipras à sua bancada, a segunda maior no Parlamento eleito domingo.

Antonis Samaras, líder da Nova Democracia, disse que rejeitou um acordo com Tsipras porque "ele queria a saída da Grécia do euro e a falência do país". "Isso é algo que não farei", acrescentou ele, após reunião com o líder esquerdista.

Venizelos afirmou que tentará conciliar as forças políticas, mas não parece haver margem para um acordo entre os grupos pró e contra o pacote de resgate financeiro. "Devemos formar um governo e dar ao país uma perspectiva de futuro, esperança e segurança", afirmou o dirigente socialista, que deve receber na quinta-feira um prazo de três dias para formar uma coalizão.

O Nova Democracia e o Pasok se alternam há décadas no poder na Grécia, e juntos negociaram o pacote de fevereiro que resultou na entrega de 130 bilhões de euros ao país. No domingo, eles receberam menos de um terço dos votos.

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