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Barbárie

Estado Islâmico está cometendo crimes “estarrecedores” no Iraque, diz ONU

Em um relatório, a ONU ainda informou que os ataques aéreos do governo iraquiano contra os militantes sunitas causaram um número de “mortes significativo de civis”

Soldados curdos voluntários das forças iraquianas descansam na cidade de Daquq | Reuters/Ako Rasheed
Soldados curdos voluntários das forças iraquianas descansam na cidade de Daquq (Foto: Reuters/Ako Rasheed)

Os insurgentes do Estado Islâmico no Iraque realizaram execuções em massa, raptaram mulheres e meninas que fizeram de escravas sexuais e usaram crianças como soldados, o que pode equivaler a crimes de guerra que exigem processo, declarou a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira.

Em um relatório baseado em 500 entrevistas com testemunhas, a ONU ainda informou que os ataques aéreos do governo iraquiano contra os militantes sunitas causaram um número de "mortes significativo de civis" ao atingir vilarejos, uma escola e hospitais, violando as leis internacionais.

Pelo menos 9.347 civis foram mortos e 17.386 ficaram feridos até setembro, bem mais da metade deles desde que os insurgentes islâmicos começaram a ocupar vastas áreas do norte do Iraque no início de julho, diz o relatório.

"A gama de violações e abusos perpetrados pelo Estado Islâmico e grupos armados associados a ele é estarrecedora, e muitos de seus atos podem equivaler a crimes de guerra ou crimes contra a humanidade", afirmou o novo Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al Hussein.

Em um comunicado, ele voltou a pedir ao governo de Bagdá que se filie ao Tribunal Penal Internacional, afirmando que a corte de Haia foi criada para processar tais abusos e agressões diretas contra civis com base em seu grupo religioso ou étnico.

As forças islâmicas cometeram graves violações de direitos humanos e atos de violência de "uma natureza sectária crescente" contra grupos como cristãos, yazidis e muçulmanos xiitas em um conflito cada vez mais disseminado, que já forçou 1,8 milhão de iraquianos a fugirem de seus lares, de acordo com o relatório de 29 páginas do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU e da Missão de Assistência da ONU para o Iraque (Unami, na sigla em inglês).

"Entre eles estão ataques que visam diretamente civis e infraestrutura civil, execuções e outras mortes premeditadas de civis, sequestros, estupro e outras formas de violência sexual e física perpetradas contra mulheres e crianças, recrutamento forçado de crianças, destruição ou profanação de locais de importância religiosa ou cultural, destruição gratuita e saque de propriedades e recusa de liberdades fundamentais."

O Estado Islâmico levou adiante seu ataque a uma cidade na fronteira síria nesta quinta-feira apesar dos ataques aéreos da coalizão, forçando mais milhares de curdos a buscarem refúgio na Turquia e mergulhando Ancara ainda mais no conflito.

Mas o relatório também expressa uma profunda preocupação com as violações cometidas pelo governo iraquiano e pelos combatentes aliados, incluindo ofensivas aéreas e bombardeios que podem não ter feito distinção entre alvos militares e áreas civis.

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