
Nova Iorque - O governo americano anunciou ontem o fim das restrições para que familiares de cubanos vivendo nos EUA possam viajar a Cuba e enviar dinheiro ou artigos como produtos de higiene, roupas e outros "presentes a moradores da ilha.
Empresas americanas de telecomunicações também foram autorizadas a realizar licenciamentos em Cuba para implementar serviços de telefonia fixa e celular, transmissão de tevê via satélite e internet.
Embora o embargo comercial que já dura 47 anos não tenha sido levantado, as medidas anunciadas abrem a possibilidade de voos comerciais regulares serem restabelecidos com a ilha. Hoje, são permitidos apenas voos fretados. Existe cerca de 1,5 milhão de norte-americanos com parentes vivendo em Cuba.
"A conexão dos cubano-americanos com familiares em Cuba não só é um direito básico no sentido humanitário mas também nossa melhor ferramenta para ajudar a fomentar o início de uma democracia de base na ilha, diz o comunicado da Casa Branca, que sublinha o desejo por uma Cuba "que respeite os direitos básicos, econômicos e políticos de todos os cidadãos.
Sob a nova política, cubano-americanos poderão viajar livremente à ilha e enviar quantias de dinheiro sem limites a seus familiares. A única restrição que persiste nesse aspecto é que o governo dos EUA procurará se certificar de que as quantias não serão encaminhadas para o governo cubano ou para o Partido Comunista.
Não foi detalhado como exatamente o governo dos EUA poderá controlar isso.
Inicialmente, as maiores empresas de telecomunicações dos EUA não comentaram as mudanças e as novas oportunidades de negócios que elas significam. Mas as decisões provocaram altas significativas na Bolsa de Valores de Nova Iorque em ações de empresas que podem vir a se beneficiar com as medidas, como companhas aéreas, de cruzeiro marítimo e até de mineradoras canadenses com interesses em Cuba.
"O presidente (Obama) está tomando essas medidas no sentido de ajudar os cubanos a conquistar direitos humanos básicos, afirmou o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, sobre a decisão. Não foi anunciada, porém, nenhuma medida que indique uma aproximação política entre os governos dos dois países.



