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Democratas acusam Rove de dividir os Estados Unidos

Washington – Após anunciar sua renúncia, Karl Rove foi elogiado por parlamentares republicanos e criticado por democratas, que o acusaram de dividir os Estados Unidos. O senador Barack Obama, pré-candidato democrata à Presidência, disse que "Karl Rove foi o arquiteto de uma estratégia política que deixou o país mais dividido, os interesses especiais mais poderosos e o povo americano mais afastado de seu Governo do que em qualquer outro momento da história".

Também não faltou quem lembrasse alguns dos escândalos que precederam a partida de Rove e que podem ter precipitado sua queda, embora ele tenha atribuído a saída a motivos familiares.

O democrata Patrick Leahy, que preside o Comitê Judicial do Senado, afirmou ontem que a saída de Rove não encerra o assunto. "Há uma nuvem sobre esta Casa Branca e uma tempestade à vista. Uma nuvem similar envolve Rove apesar de sua partida da Casa Branca", disse Leahy.

O presidente do Comitê Nacional Republicano, Mike Duncan, afirmou que Rove será lembrado principalmente por "desenhar duas bem-sucedidas campanhas presidenciais".

O líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, afirmou que Rove realizou "uma enorme contribuição" ao partido do presidente Bush e ao país.

Washington – Karl Rove, amigo pessoal do presidente George W. Bush e estrategista-chefe do governo americano, pretende deixar a Casa Branca no fim de agosto, juntando-se a diversos funcionários do alto escalão da administração que deixam seus cargos a um ano e meio do fim do mandato de Bush. Com a exceção do vice-presidente Dick Cheney, não há outro personagem do entorno de Bush que tenha tanto poder político quanto Rove.

Integrante de longa data do círculo íntimo do presidente dos Estados Unidos, Rove era chamado por Bush de "o arquiteto" por seu trabalho na definição da estratégia que levou e manteve o republicano na Casa Branca.Rove passou meses sendo investigado pelo vazamento da identidade de uma agente à paisana da CIA. Valerie Plame, a agente, acusou Rove de ter vazado a identidade para colocar em descrédito seu marido, um crítico da invasão do Iraque. Rove, entretanto, escapou sem acusações pendentes.

"Me sinto agradecido de ser uma testemunha da história. Foi a alegria e a honra da minha vida," disse ontem Rove no jardim da Casa Branca ao fazer o anúncio, observado por Bush. "Considero Karl Rove um amigo querido," disse o presidente americano.

Rove fez várias previsões ao anunciar que deixará o cargo. Previu que Bush recuperará a sua popularidade, que caiu ao patamar mais baixo entre todos os presidentes americanos, inclusive é mais impopular que Richard Nixon na etapa final do escândalo Watergate. Em grande parte, a impopularidade atual de Bush decorre da Guerra do Iraque e da incessante violência nessa nação árabe, bem como no Afeganistão.

Segundo Rove, as condições no Iraque irão melhorar. Em outra previsão, disse que os democratas nomearão Hillary Clinton para ser sua candidata à presidência e definiu-a como uma política "dura e tenaz," mas também com "defeitos insuperáveis."

Rove conheceu Bush quando ambos estavam na faixa dos vinte anos, na década de 1970. É conhecido por seu estilo impiedoso com os inimigos.

"Certamente, é uma grande perda para nós," disse ontem Dana Perino, a subsecretária de imprensa da Casa Branca. "Teremos saudades, mas sabemos que ele não iria embora se não estivesse convencido que precisa passar mais tempo com sua família. Ele continuará a ser um dos maiores amigos do presidente," disse.

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