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Um juiz federal do estado americano de Vermont ordenou nesta quarta-feira (30) a libertação do estudante palestino Mohsen Mahdawi, um dos organizadores dos protestos contra Israel na Universidade de Columbia, em Nova York, no ano passado.
Ao ser libertado, Mahdawi fez um discurso desafiando o presidente Donald Trump do lado de fora do tribunal, na cidade de Burlington.
“O juiz Crawford, que decidiu me libertar apesar de todas as acusações hediondas, ataques horríveis, discursos arrepiantes, violações da Primeira Emenda — ele tomou uma decisão muito corajosa ao me libertar”, disse Mahdawi, segundo informações da ABC News. “Ao presidente Trump e seu gabinete: não tenho medo de vocês.”
O governo do republicano ainda não respondeu aos comentários do estudante palestino.
Mahdawi havia sido preso no último dia 14 por agentes de imigração após uma entrevista do seu processo de pedido de cidadania e enfrenta risco de deportação, baseada, segundo a gestão Trump, num trecho da legislação americana que fala que “um estrangeiro cuja presença ou atividades nos Estados Unidos o secretário de Estado [hoje, o republicano Marco Rubio] tenha motivos razoáveis para acreditar que teriam consequências adversas potencialmente sérias para a política externa dos Estados Unidos é deportável”.
Mahdawi possui o green card, o visto de residência permanente nos Estados Unidos, assim como outro estudante palestino que permanece preso, Mahmoud Khalil, com quem criou em Columbia a União de Estudantes Palestinos.
O juiz Geoffrey Crawford alegou em audiência que Mahdawi não foi acusado de nenhum crime e por isso determinou sua libertação enquanto o processo tramita.
O magistrado ordenou que Mahdawi deve permanecer em Vermont, onde tem residência, mas pode ir a Nova York para se reunir com seus advogados e frequentar o campus da Columbia, ainda que tenha orientado que o estudante faça aulas remotamente.
A gestão Trump tem buscado deportar estudantes estrangeiros que participaram dos protestos contra Israel no ano passado em Columbia, que resultaram até na ocupação do Hamilton Hall, um dos prédios da instituição, e pressionado universidades americanas a adotar medidas mais rígidas contra o antissemitismo.
Em março, a Columbia informou que vai cumprir uma série de medidas exigidas pela gestão Trump para que não deixe de receber repasses do governo federal americano.
A gestão do republicano havia enviado uma carta à direção da Columbia exigindo que a universidade colocasse imediatamente seu Departamento de Estudos do Oriente Médio, Sul da Ásia e África sob “intervenção acadêmica [externa] por um período mínimo de cinco anos”, entre outras medidas.
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