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Dezenas de estudantes afegãs perderam a consciência ou adoeceram no final de semana após supostos ataques com gás venenoso em suas escolas. As autoridades culpam insurgentes que se opõem ao ensino feminino.

O chefe da polícia provincial Abdul Razzaq Yaqubi disse que cerca de 48 meninas e vários professores adoeceram subitamente e muitos desmaiaram depois de inalar gás venenoso em uma escola na cidade de Kunduz, no norte do Afeganistão, no sábado (24).

Humayum Khamosh, médico de um hospital local, disse que outras 13 garotas ficaram doentes após um ataque a outra escola no domingo.

"Eu estava na sala de aula quando senti um cheiro como o de uma flor", disse Sumalia, 12 anos, uma das meninas hospitalizadas após o ataque. "Vi minhas colegas e minha professora desmaiarem e quando abri os olhos estava no hospital."

Waheed Omer, porta-voz do presidente Hamid Karzai, disse que insurgentes determinados a espalhar medo são os culpados pelos incidentes.

"Quem impede crianças de ir à escola é um inimigo do Afeganistão e de sua prosperidade", disse ele.

Um porta-voz do Taliban negou a responsabilidade do grupo, mas disse que outros grupos anti-governo podem ser culpados.

"Condenamos fortemente um ato que visou estudantes inocentes com gás venenoso", disse Zabihullah Mujahid à Reuters por telefone de uma localidade não revelada.

Azizullah Safar, chefe do principal hospital de Kunduz, disse que muitas das meninas ainda sofrem com dores, tonturas e vômitos.

O Taliban proibiu a educação feminina quando governou o Afeganistão entre 1996 e 2001, e o assunto ainda é polêmico em boa parte do país.

Ataques similares foram realizados em outras partes do Afeganistão nos últimos anos, incluindo áreas onde há pouca presença do Taliban.

No sul e no leste, onde o grupo controla cidades e vilarejos, as escolas para meninas permanecem fechadas, os professores foram ameaçados e algumas garotas foram atacadas com ácido.

Apesar dos ataques, Sumalia disse esperar voltar à escola, se seu pai permitir.

"Estou muito assustada. Meus paus ficaram muito preocupados. Meu pai me disse que eu aprendi muito. Não sei se vão me deixar voltar depois disso."

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