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Mais de 300 mil estudantes de ensino secundário no Chile suspenderam nesta terça-feira suas atividades para reivindicar melhorias na educação, na maior mobilização desse tipo nas últimas três décadas.

O protesto, que começou pacífico, teve milhares de estudantes reprimidos pela polícia e muitas passeatas foram suspensas por bombas de gás lacrimogêneo e jatos d'água.

Depois do fracasso, na segunda-feira, das primeiras negociações entre lideranças estudantis e o governo, centenas de escolas públicas e particulares amanheceram em greve em todo o país, provocando o primeiro grande impasse para o governo da presidente socialista Michelle Bachelet.

Os estudantes pressionam por passes gratuitos de transporte público e pedem que o exame de ingresso para as universidades seja gratuito.

Eles solicitam ainda uma reforma da "jornada escolar completa" ou a extensão horária que começou há alguns anos que, segundo o próprio governo, não deu os frutos previstos.

- A paralisação foi um êxito ... Há mais de 300.000 estudantes em greve e ainda devemos somar professores e os pais que nos acompanharam - disse Karina Delfino, uma das porta-vozes do movimento estudantil.

Em contraste com os distúrbios, em um colégio da região leste da capital, Santiago, alunos e professores instalaram suas "salas de aula" em uma praça pública, acompanhados de um cartaz que dizia: "Silêncio, estamos em aula."

O governo retomou na tarde desta terça-feira as reuniões com as lideranças estudantis e classificou os incidentes como menores, principalmente no centro de Santiago.

- Pode ter havido incidentes pontuais, mas ... em geral houve tranquilidade no país e esperamos que continue assim - disse a jornalistas o ministro da Educação do Chile, Martín Zilic, ao sair de uma reunião com outras autoridades, na sede do governo.

A paralisação desta terça-feira teve apoio das principais universidade do país e do sindicato dos professores, o que elevaria o número de grevistas a 600 mil, segundo o canal de TV estatal chileno TVN.

O comitê de ministros da área política e econômica de Bachelet reuniu-se nesta terça de forma extraordinária para definir os passos a serem seguidos depois da paralisação, apesar de os estudantes exigirem a presença dos ministros da Educação e da Fazenda do Chile, Andrés Velasco, nas futuras negociações.

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