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Jovens fazem mais um protesto nesta segunda-feira (17) pedindo respeito à liberdade de expressão | EFE/Santi Donaire
Jovens fazem mais um protesto nesta segunda-feira (17) pedindo respeito à liberdade de expressão| Foto: EFE/Santi Donaire

Maduro anuncia expulsão de 3 funcionários consulares americanos

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou neste domingo (16) a expulsão de três funcionários consulares dos Estados Unidos, que segundo disse tinham atividades nas universidades particulares do país.

"Eu dei ordem ao chanceler da República (...) de declarar persona non grata e expulsar do país estes três funcionários consulares da Embaixada dos Estados Unidos na Venezuela", disse Maduro em rede de rádio e televisão.

Leia a matéria completa.

Vídeo de jornal acusa integrantes do serviço de inteligência de atirar contra manifestantes

O jornal Últimas Noticias, da Venezuela, publicou neste domingo (16) um vídeo no site Youtube em que acusa integrantes do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) de atirar contra manifestantes no último dia 12, quando dois estudantes morreram.

Com base em fotos e imagens da internet, o periódico mostra indivíduos identificados com uniformes do Sebin acompanhados e outros com vestimentas civis, ambos com armas de fogo letais nas mãos. Na sequência, as imagens revelam que este grupo de policiais abrem fogo contra um grupo de manifestantes durante uma marcha convocada pelos estudantes em Caracas. Neste dia, foram assassinados Bassil Dacosta e Juan Montoya nas esquinas das ruas Tracabordo e Monroy.

Veja a reportagem e o vídeo

Eles deixaram a sede do Destacamento de Segurança Urbana da Guarda Nacional, em Carabobo, com hematomas, feridas no couro cabeludo, cortes e lacerações em quase todo o corpo. Foi a primeira imagem dos 11 detidos na quinta-feira à noite por participar de protestos estudantis, na semana passada, na Venezuela. Com idades entre 18 e 25 anos, os jovens foram presos em três pontos do distrito de Valencia e segundo documentos policiais, carregavam garrafas para fabricar coquetel molotov.

Assista ao vídeo da convocação oposicionista para nova manifestação (em espanhol)

Segundo a ONG Foro Penal, a detenção por soldados da Guarda Nacional foi seguida por horas de espancamentos, que culminaram no domingo de manhã , quando foram apresentados ao tribunal. De acordo com a advogada Mayela Fonseca, os jovens relataram os abusos sofridos diante da juíza María Teresa Camarasa.

"Eles foram torturados sistematicamente dentro das instalações do Desur. Foram jogados no chão, e ficaram apenas com a roupa de baixo por mais de seis horas. Eles foram obrigados a se limpar com trapos cheios de gasolina e os ameaçaram com gritos. Um deles teve a cabeça machucada e outro teve traumas nos vasos sanguíneos dos olhos", relata a advogada.

Eles foram acusados pelos crimes de dano à propriedade privada e pública, obstrução da via e conspiração e terrorismo. Aos seis mais velhos do grupo, que são trabalhadores, foi emitida uma prisão domiciliar. Os estudantes foram advertidos com uma medida de apresentação a cada 30 dias e ficaram proibidos de participar de protestos ou deixar o país. A defesa, por sua vez, pediu que quatro menores passem por exames médicos em uma clínica para apoiar uma queixa de tortura contra policiais.

Até a tarde de domingo, a ONG confirmou 153 prisões em todo o país, a maioria em Caracas, Lara, Carabobo e Aragua.

"A falta de comunicação entre os presos e seus familiares continua sendo uma prática clara de violação dos direitos humanos", denunciou Alfredo Romero, diretor do Foro Penal.

Durante quase duas semanas, milhares de estudantes de todo o país têm protestado nas ruas contra a insegurança, a inflação, a falta de produtos básicos e a detenção de estudantes. Mas desde quarta-feira, os protestos ficaram mais violentos. No domingo à noite, grupos de manifestantes atacaram com pedras a sede do canal de televisão estatal VTV, de acordo com o presidente Nicolás Maduro. O governo venezuelano afirma que as manifestações são parte de um "golpe de estado fascista em marcha" e acusa grupos de ultradireita.

Também no domingo, uma nova crise entre Venezuela e Estados Unidos explodiu depois que Maduro ordenou a expulsão de três funcionários consulares não identificados, acusados de participação em reuniões com universitários, ao mesmo tempo que prosseguem os protestos de estudantes.

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