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Ciência

Estudo sugere que 'ondas-monstro' são mais comuns do que se imaginava

A tempestade de 16 de abril de 2005 não parecia especialmente violenta e os dois mil passageiros do Norwegian Dawn estavam despreocupados. Mas, de repente, ao largo da costa da Geórgia, uma gigantesca onda, da altura de um prédio de sete andares, apareceu do nada. Ela estourou no convés, jogou cadeiras e mesas à distância, espatifou janelas, alagou 62 cabines e semeou o pânico.

- O navio parecia uma rolha numa banheira - relembra a passageira Celestine Mcelhatton.

Ondas enormes no meio do oceano, chamadas de ondas-monstro, por muitos anos foram consideradas raridades ou mesmo lendas do mar. Mas cientistas descobriram que elas são mais comuns e destrutivas do que se imaginava. Novos estudos estimam que, a cada instante, pelo menos dez ondas-monstro estejam estourando nos mares do mundo.

Hoje, há uma série de estudos sobre o fenômeno para tentar entender melhor como essas ondas se formam, descobrir se é possível prevê-las e desenvolver novas tecnologias para proteger navios e passageiros de seu impacto.

Nas últimas duas décadas, se suspeita que ondas-monstro tenham afundado dezenas de grandes navios, matando centenas de pessoas.

- Nunca encontrei e espero nunca encontrar um monstro desses - afirmou o cientista alemão Wolfgang Rosenthal, que colaborou com a Agência Espacial Européia no pioneiro estudo de tentar rastrear tais ondas por satélite. - Elas são mais freqüentes do que esperávamos.

Em tamanho e alcance essas ondas são muito diferentes das tsunamis causadas por terremotos - que se formam vagarosamente, são quase invisíveis em alto mar, e só ganham altura no momento de estourar na costa.

- Sabemos que essas grandes ondas não ocorrem em águas rasas - afirmou David Wang, do Laboratório de Pesquisa Naval da Marinha Americana. - É uma limitação física.

Ondas-monstro alcançariam alturas de pelo menos 25 metros e, de acordo com estimativas, poderiam chegar a inacreditáveis 66 metros - mais do que a Estátua da Liberdade, por exemplo. Até agora, no entanto, nada desse tamanho foi registrado. A maior onda já medida tinha 30 metros de altura.

Grandes ou pequenas, as ondas se formam quando o vento sopra sobre o mar aberto. Força, duração e tipo do movimento do vento vão determinar o tamanho das ondas. Estudos apontam que as ondas-monstro se formam no encontro de várias ondas, sobretudo em tempestades.

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