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Bruxelas – Embora o aquecimento global possa ter efeitos positivos nas latitudes mais ao norte do planeta, com invernos mais curtos e amenos, reduzindo o risco de mortalidade de idosos e pobres causada por ondas polares, em termos gerais o resultado do fenômeno será "esmagadoramente negativo", atingindo a maioria dos países tropicais pobres com escassez de água, saneamento inadequado e infra-estrutura médica inapropriada.

Essas são as conclusões da segunda parte do estudo do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), a maior autoridade científica da ONU sobre o aquecimento global e seus impactos. O estudo, que está dividido em quatro partes e deve ser concluído antes do fim do ano, servirá de referência para um novo compromisso ambiental mundial, sucessor do Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.

A primeira parte do estudo, divulgada em fevereiro, prevê um aumento de 4 graus na temperatura do planeta até o fim do século e atribui a homem a culpa por esse aquecimento. O esboço final do documento afirma que, além do clima da Terra, a saúde humana pode ser afetada de forma sutil e às vezes pouco perceptível pela mudança climática. Doenças como malária, cólera, insolação e alergias causadas por pólen são apenas algumas das que podem se intensificar devido ao aquecimento global, afirmam especialistas do IPCC.

O relatório de 1.400 páginas que será publicado pelo IPCC na próxima sexta-feira informa que o aquecimento global já aumentou o território dos mosquitos e carrapatos, ajudou a disseminar a diarréia, aumentou a extensão e a localização de temporadas de pólen e a intensidade das perigosas ondas de calor. Nas próximas décadas, tais problemas devem aumentar e, para muitas pessoas, a fome e a desnutrição se somarão a este cenário, continua.

"Impactos sanitários adversos serão maiores nos países de baixa renda", adverte. "Os que correm maior risco, em todos os países, são os idosos e as crianças, as sociedades tradicionais, as fazendas de subsistência e a população costeira", continua. Por exemplo, se a produção de alimentos for afetada por secas ou inundações, isto atingirá a nutrição ou pode vir a causar um êxodo rural que irá aumentar a população de favelas, onde doenças transmissíveis e superlotação são comuns.

O estudo prevê ainda impactos no nível do mar, geleiras de regiões montanhosas e regiões polares.

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