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Uma mulher Uighur  com seu filho busca água no distrito remoto de Bulunkou, nas montanhas ao sul de Kashgar, Xinjiang | Stephen Shaver/Bloomberg
Uma mulher Uighur com seu filho busca água no distrito remoto de Bulunkou, nas montanhas ao sul de Kashgar, Xinjiang| Foto: Stephen Shaver/Bloomberg

Os Estados Unidos avaliam aplicar sanções econômicas contra a China em retaliação à detenção de membros de minorias muçulmanas em grandes campos, informou nesta segunda-feira (10) o jornal The New York Times.

Segundo integrantes do governo de Donald Trump, as restrições atingiriam aliados e empresas ligadas ao regime comunista e também limitariam a venda de tecnologia usada para espionar os uigures e outras etnias islâmicas chinesas.

Seria a primeira vez que o presidente republicano puniria Pequim por violações de direitos humanos. O New York Times afirma que as discussões ganharam força há duas semanas por pressão de parlamentares americanos, que veio na esteira da reação global ao informe de um comitê de direitos humanos da ONU, o qual atestava que mais de 1 milhão de islâmicos eram mantidos em um campo de detenção secreto na China.

O documento também citava que mais de 2 milhões de pessoas de minorias étnicas foram submetidas a doutrinação política na província de Xinjiang, no noroeste do país, que concentra a maioria da população muçulmana chinesa.

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Nos campos eles são obrigados a assistir aulas diárias, criticar o islamismo, estudar a cultura da maioria han e jurar lealdade ao Partido Comunista. Alguns afirmam ter sido torturados pelos seguranças do centro de detenção.

No domingo (8), a ONG Human Rights Watch também publicou um informe dizendo que as violações de direitos humanos nos seis anos da administração de Xi Jinping são as maiores desde a Revolução Cultural (1966-1976).

A organização também recomendou à comunidade internacional uma retaliação a Pequim, incluindo a cassação de vistos de funcionários chineses e a exportação de tecnologia —mesmas medidas avaliadas pela Casa Branca.

Campos de concentração

De acordo com artigo publicado por Rian Thum, autor de “The Sacred Routes of Uyghur History” (As rotas sagradas da história de Uigur, em tradução livre), um volume imenso da população uigur em Xinjiang, região oeste do país – bem como cazaques, quirguizes e outras minorias – está sendo detido para se submeter ao que o Estado chama de “transformação por meio da educação”. Relato do professor escritor conta que milhares foram trancafiados em campos cercados de arame farpado, com superfícies antibomba, portas reforçadas e salas vigiadas.

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