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Agentes do FBI detalham em Nova York denúncias contra funcionários do governo chinês que perseguiram online dissidentes pró-democracia residentes nos Estados Unidos
Agentes do FBI detalham em Nova York denúncias contra funcionários do governo chinês que perseguiram online dissidentes pró-democracia residentes nos Estados Unidos| Foto: EFE/EPA/JUSTIN LANE

O FBI prendeu dois supostos agentes chineses que operavam uma delegacia clandestina em território americano e procuradores federais dos Estados Unidos apresentaram acusações criminais contra mais de 40 funcionários do governo da China nesta segunda-feira (17), por ações para perseguir dissidentes políticos que moram nos Estados Unidos.

Segundo a CNN, os dois chineses presos operavam uma “delegacia de polícia não declarada” em Chinatown, no distrito nova-iorquino de Manhattan, por meio da qual Pequim espionava e perseguia cidadãos chineses. A unidade foi fechada após o cumprimento de um mandado de busca no ano passado.

O Departamento de Justiça (DOJ, na sigla em inglês), ao qual o FBI é vinculado, também divulgou nesta segunda-feira que a Procuradoria dos EUA para o Distrito Leste de Nova York apresentou duas acusações federais contra 44 pessoas por supostos crimes contra cidadãos do país asiático residentes na área metropolitana de Nova York e em outros pontos nos Estados Unidos.

Dos 44 acusados, 40 são funcionários do Ministério da Segurança Pública chinês e dois trabalham na Administração do Ciberespaço da China. Segundo comunicado do DOJ, os acusados criaram e usaram milhares de contas falsas de redes sociais, incluindo o Twitter, para assediar e fazer ameaças online contra dissidentes chineses.

Esses perfis falsos também seriam responsáveis por disseminar propaganda e narrativas oficiais do governo chinês para rebater publicações pró-democracia feitas pelos alvos de perseguição residentes nos Estados Unidos.

Esse trabalho incluiria tentativas de aliciar cidadãos americanos para ajudar a emplacar narrativas pró-China nas redes sociais. Os acusados moram na China ou em outros locais da Ásia, segundo o DOJ.

De acordo com as denúncias, os membros desse grupo realizaram várias ações para remover dissidentes chineses e suas reuniões da plataforma da empresa Company-1, como postar ameaças contra os participantes de uma videconferência que relembrava o Massacre da Praça da Paz Celestial, em 1989, ou interromper com música alta, gritos, xingamentos e ameaças outra videoconferência sobre combate ao comunismo.

“Esses casos demonstram até onde o governo da China pode ir para silenciar e assediar pessoas nos Estados Unidos que exercem seus direitos fundamentais de se manifestar contra a opressão chinesa, inclusive explorando ilegalmente uma empresa de tecnologia sediada nos EUA”, disse o procurador-geral adjunto Matthew G. Olsen, da Divisão de Segurança Nacional do Departamento de Justiça.

“Essas ações violam nossas leis e são uma afronta aos nossos valores democráticos e direitos humanos básicos”, acrescentou.

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