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O governo dos Estados Unidos, liderado pelo presidente Donald Trump, deportou nesta semana o influencer venezuelano Leonel Moreno, conhecido nas redes sociais como “Leito Oficial”. Moreno usava sua popularidade no TikTok, onde acumulava mais de meio milhão de seguidores, para incentivar a ocupação ilegal de residências em território norte-americano. Ele foi enviado de volta à Venezuela na noite desta quinta-feira (27), em um voo da companhia estatal Conviasa com outros 177 migrantes ilegais.
Moreno, de 27 anos, havia entrado de forma clandestina nos EUA em 23 de abril de 2022, pelo ponto de imigração de Eagle Pass, no Texas. Após ser admitido no programa “Alternatives to Detention” (ATD), criado para liberar certos migrantes sob supervisão, o influencer descumpriu as regras e deixou de comparecer às audiências obrigatórias no prazo de 60 dias. A ausência levou à sua classificação como foragido pelas autoridades de imigração e posterior ordem de deportação.
Em 2024, ele acabou sendo localizado e preso pela equipe de operações de fugitivos do ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas) na cidade de Gahanna, Ohio. Desde então, aguardava o processo de deportação, que se concretizou neste mês com o envio em massa de migrantes ilegais de volta à Venezuela.
Nos Estados Unidos, “Leito Oficial” ficou conhecido por fazer apologia ao crime em seus vídeos. Em uma das postagens mais viralizadas nas redes sociais, segundo o portal Infobae, chegou a declarar: “Fiquei sabendo que existe uma lei [nos EUA] que diz que, se uma casa está desabitada, podemos tomá-la para nós”. Em outros conteúdos, o influenciador venezuelano ostentava dinheiro em espécie, afirmava que vivia às custas dos benefícios sociais pagos pelo governo americano e debochava daqueles que trabalhavam.

De acordo com as informações, ao chegar na Venezuela nesta quinta-feira, o influenciador foi recebido com festa pelo regime do ditador Nicolás Maduro. O ministro do Interior, Justiça e Paz, Diosdado Cabello, que também é o número 2 do chavismo, classificou a deportação de Leonel Moreno como uma “perseguição imperialista”. O influenciador estava sendo tratado como um “símbolo de resistência” contra os Estados Unidos. Não houve qualquer menção ao histórico de violações das leis americanas por parte de “Leito Oficial”, nem dos demais migrantes deportados, alguns dos quais respondem por fraude, evasão e até envolvimento com organizações criminosas.







