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Embaixada dos Estados Unidos em Cuba, onde primeiros casos foram registrados entre diplomatas americanos em 2016
Embaixada dos Estados Unidos em Cuba, onde primeiros casos foram registrados entre diplomatas americanos em 2016| Foto: Departamento de Estado dos Estados Unidos/Wikimedia Commons

Os serviços secretos dos Estados Unidos concluíram nesta quarta-feira (1º) que é “altamente improvável” que um adversário estrangeiro tenha provocado a chamada síndrome de Havana, um conjunto de problemas de saúde como tonturas e náuseas sofridas por diplomatas americanos em todo o mundo.

As doenças foram primeiro detectadas no final de 2016 entre a equipe diplomática em Havana, e em 2017 o então presidente Donald Trump acusou o governo cubano de perpetrar “ataques acústicos” contra os trabalhadores da embaixada, motivo pelo qual suspendeu os serviços consulares em Cuba.

Mas um relatório divulgado nesta quarta-feira pelo Conselho Nacional de Inteligência, que reúne várias agências americanas, concluiu que é “altamente improvável que um adversário estrangeiro tenha sido responsável pelas anomalias de saúde”.

A inteligência dos EUA analisou documentos confidenciais e literatura científica e médica para determinar, em última análise, que não há “nenhuma prova crível de que um adversário estrangeiro tenha uma arma ou dispositivo” capaz de causar os problemas de saúde relatados.

Também apontou “limitações metodológicas” nos relatórios médicos que desenvolveram a teoria da síndrome de Havana.

“Os sintomas da equipe dos EUA foram provavelmente o resultado de fatores que não envolvem um adversário estrangeiro, tais como condições pré-existentes, doenças convencionais, ou fatores ambientais”, observa o documento.

Em entrevista coletiva, o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, explicou que “não existe um denominador comum” entre todos os afetados, já que alguns casos podem ser explicados por “causas naturais”, outros por “efeitos ambientais” e alguns ainda não foram determinados.

Contudo, frisou que o governo chefiado pelo presidente Joe Biden continua empenhado em continuar prestando os cuidados de saúde necessários aos trabalhadores ainda afetados por estas doenças.

Mais de 200 diplomatas dos EUA e as suas famílias destacadas em diferentes países sofreram sintomas da chamada síndrome de Havana, como tonturas, náuseas, problemas auditivos ou enxaquecas.

Além de Cuba, onde os primeiros casos foram detectados em 2016 e 2017, foram registrados incidentes semelhantes em China, Áustria, Alemanha e até mesmo Washington.

O presidente Joe Biden assinou em 2021 uma lei apelidada de Lei de Havana, que estabelece a obrigação de ajudar os trabalhadores que sofrem destes sintomas.

Em janeiro do ano passado, a Agência Central de Inteligência (CIA) já tinha excluído a possibilidade de o desconforto descrito ser o resultado de uma campanha liderada por um país inimigo como a Rússia, ao contrário do que tinha sido especulado.

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