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Casa que serviu de esconderijo de Osama bin Laden no Paquistão | AFP PHOTO/ AAMIR QURESHI
Casa que serviu de esconderijo de Osama bin Laden no Paquistão| Foto: AFP PHOTO/ AAMIR QURESHI

Análise: Morte não representa mudança no cenário internacional

A morte de Osama Bin Laden, líder do grupo extremista islâmico Al-Qaeda, não representa a mudança no cenário internacional que os Estados Unidos (EUA) querem fazer transparecer. Essa é opinião do coordenador do curso de relações internacionais do Centro Universitário Curitiba (Unicuritiba), Juliano Cortinhas.

Maior beneficiado com essa morte será Barack Obama, de acordo com o analista. Veja a matéria completa

Veja o que disseram alguns líderes sobre a morte de Bin Laden

"O mundo está mais seguro e hoje é um lu­­gar melhor por causa da morte de Bin Laden."Barack Obama, presidentedos EUA.

"A luta contra o terrorismo continua, mas hoje a América enviou uma mensagem inconfundível: não importa quanto tempo leva, a justiça será feita."George W. Bush, ex-presidente dos EUA que estava no governo no 11 de Setembro.

"Bin Laden contribuía direta e indiretamente para que se estigmatizasse o mundo islâmico, onde as alternativas seriam a autocracia e o fundamentalismo. E nós sabemos que não é esse o caso."Antonio Patriota, ministro das Relações Exteriores do Brasil.

"Bin Laden foi responsável pelas piores atrocidadesque o mundo já viu,que custaram milhares de vidas, muitasdelas de britânicos."David Cameron, primeiro-ministro do Reino Unido.

Não há dúvida de que os Estados Unidos acabarão por liberar uma foto que mostra Osama bin Laden morto, afirmou o diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) ao NBC News nesta terça-feira, mas a Casa Branca reafirmou sua posição de que nenhuma decisão havia sido tomada.

"O governo obviamente tem discutido sobre a melhor forma de fazer isso, mas eu não acho que haja qualquer dúvida de que no fim das contas uma fotografia será apresentada ao público", afirmou Leon Penetta, de acordo com transcrição da entrevista gravada de manhã.

Questionado pela Reuters sobre as declarações, o porta-voz da Casa Branca disse que nenhuma decisão havia sido tomada sobre a divulgação das imagens de Bin Laden morto.

» Infográfico - as ações da Al-Qaeda pelo mundo

» Infográfico - como foi a operação para matar Bin Laden, segundo oficiais norte-americanos

» Fotos - imagens da repercussão da morte de Osama bin Laden

Bin Laden estava desarmado

O líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, não estava armado quando as forças especiais dos Estados Unidos invadiram a residência dele no Paquistão, mas resistiu antes de ser assassinado a tiros, afirmou um porta-voz da Casa Branca nesta terça-feira.

Jay Carney disse que a esposa de Bin Laden "avançou contra as forças dos EUA" e foi ferida na perna, mas não morreu, ao contrário do que fora anunciado por uma autoridade da Casa Branca na segunda-feira.

O porta-voz não deu mais detalhes sobre o comportamento de Bin Laden durante o ataque.

Forças norte-americanas enfrentaram um tiroteio durante os 40 minutos da operação. "Esperávamos uma grande resistência e fomos recebido com uma grande dose de resistência. Havia muitas outras pessoas armadas no complexo", afirmou Carney.

ONU pede detalhes da morte de Bin Laden aos EUA

A mais alta autoridade de direitos humanos da Organização das Nações Unidas pediu aos Estados Unidos na terça-feira que desse detalhes da morte de Osama bin Laden à entidade e disse que todas as operações de antiterrorismo devem respeitar o direito internacional.

Mas Navi Pillay, Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, disse que o líder da Al-Qaeda, morto em uma operação dos EUA no Paquistão, cometeu crimes contra a humanidade, como mentor confesso dos "mais terríveis atos de terrorismo", incluindo os ataques de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos.

Sempre foi evidente que capturar Bin Laden com vida seria difícil, disse ela, observando que as autoridades dos EUA teriam declarado que preferiam prendê-lo, se possível.

"Esta foi uma operação complexa e seria útil se fôssemos informados dos fatos precisos em torno de seu assassinato. As Nações Unidas enfatizam que todos os atos contra o terrorismo devem respeitar o direito internacional", disse Pillay, em um comunicado emitido em resposta a um pedido da Reuters.

Participação do Paquistão

O diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos, Leon Panetta, disse em entrevista nesta terça-feira que funcionários norte-americanos descartaram avisar o governo do Paquistão sobre a ação contra o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, temendo que algum funcionário paquistanês pudesse alertar o terrorista.

Falando à revista Time, Panetta disse que "foi decidido que qualquer esforço para trabalhar com os paquistaneses poderia ameaçar a missão: eles poderiam alertar os alvos". Também hoje, o governo do Paquistão demonstrou preocupação com a operação que matou Bin Laden, notando que essa ação "unilateral não autorizada" poderia ameaçar a paz internacional.

A chancelaria negou que a liderança civil ou militar paquistanesa tivesse qualquer conhecimento prévio da operação. Também disse que não houve questionamento por helicópteros dos EUA decolarem de bases do país. "O Paquistão expressa sua grande preocupação e reservas com a maneira com a qual o governo dos Estados Unidos realizou esta operação, sem informação ou autorização prévia do governo do Paquistão", afirma o Ministério das Relações Exteriores.

A chancelaria diz que esse tipo de "ação unilateral não autorizada" não pode passar a ser uma regra e não deve ser um "precedente futuro para qualquer Estado, incluindo os EUA". "Tais ações minam a cooperação e podem inclusive representar uma ameaça à paz e à segurança internacionais", afirma o texto.

Bin Laden viveu em complexo no Paquistão durante 5 a 6 anos

Osama bin Laden viveu durante os últimos cinco a seis anos no complexo numa cidade próxima da capital do Paquistão onde o líder da Al-Qaeda foi morto por forças norte-americanas, disse nesta terça-feira o assessor de contraterrorismo do presidente Barack Obama.

Bin Laden, que vivia no Afeganistão antes da invasão em 2001 liderada pelos EUA, que contribuiu para a derrubada do regime Taleban, estava escondido em um complexo na cidade militar de Abbottabad, no Paquistão, antes da operação de domingo para matá-lo.

"Bom, eu acho que a última informação é de que ele estava nesse complexo pelos últimos cinco ou seis anos e que praticamente não interagia com outras pessoas fora do complexo. Mas ele parecia estar muito ativo dentro do complexo", disse o chefe de contraterrorismo da Casa Branca, John Brennan, no programa de TV Early Show, da CBS.

"E sabemos que ele divulgou vídeos e áudios. Sabemos que ele estava em contato com algumas altas autoridades da Al-Qaeda," disse Brennan.

"Então o que estamos tentando fazer agora é entender no que ele estava envolvido nos últimos anos, explorar qualquer informação que conseguirmos no complexo, usar essa informação e continuar nossos esforços para destruir a Al-Qaeda", afirmou.

O fato de o chefe da Al-Qaeda ter vivido no complexo durante tanto tempo levou alguns legisladores norte-americanos a exigir a revisão dos bilhões de dólares em assistência que os Estados Unidos fornecem ao Paquistão, que está lutando contra a insurgência Taleban.

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