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Os Estados Unidos disseram na quarta-feira que a resposta do Irã a um pacote de incentivos oferecido pelas potências mundiais ficou "bem longe" do exigido por uma resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

Na primeira declaração dos EUA à resposta do Irã, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Gonzalo Gallegos, disse que o governo de Washington estava em consulta com outros membros do Conselho de Segurança sobre quais serão os próximos passos sobre a resposta do Irã.

Ao mesmo tempo, num anúncio até certo ponto surpreendente, o Irã avisa que em breve mostrará um avanço no domínio da tecnologia atômica.

Seis potências mundiais estudaram nesta quarta-feira a oferta do Irã de mais negociações para resolver a disputa nuclear, a fim de determinar se a resposta de Teerã foi suficiente para evitar a ameaça de sanções da Organização das Nações Unidas (ONU).

A Rússia quer pressionar para uma solução política, segundo a agência Interfax. Ela cita o porta-voz da chancelaria, Mikhail Kamynin, nesta quarta-feira, segundo o qual "a Rússia continuará com a idéia de buscar um acordo político, negociado, com relação ao programa nuclear do Irã, mantendo o papel da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, na sigla em inglês) e rejeitando a diluição dos princípios de não-proliferação".

Uma resposta-conjunta da Rússia com os demais países que têm assento permanente no Conselho de Segurança da ONU deverá ser divulgada em breve, ainda segundo o porta-voz.

"É muito importante entender as nuances e segurar elementos construtivos, se de fato eles existem, e trabalhar num meio de agir mais com Teerã com base nas conhecidas propostas dos seis países", disse ele.

O Irã disse que sua resposta à oferta de incentivos nucleares feita pelas potências contém idéias que podem abrir caminho para negociações sérias. A França disse que as potências vão levar alguns dias para analisar a resposta da República Islâmica.

Mas não há sinais, conforme entrevisto na declaração do Departamento de Estado, de que Teerã tenha concordado com a maior exigência do Conselho de Segurança da ONU, que é congelar o enriquecimento de urânio até 31 de agosto, sob o risco de sanções. O Irã disse que o prazo não tem validade.

Os cinco membros permanentes do Conselho da ONU -- Grã-Bretanha, China, França, Rússia e EUA --, e a Alemanha ofereceram incentivos econômicos e tecnológicos para o Irã encerrar o enriquecimento de urânio. Mas os países não divulgaram opiniões sobre a resposta de Teerã.

- É um documento muito longo e complexo, que está sendo estudado - disse o ministro das Relações Exteriores da França, Philippe Douste-Blazy. - Em alguns dias, junto com nossos parceiros europeus, americanos, russos e chineses, vamos dizer o que pensamos e o que vamos fazer no Conselho de Segurança da ONU.

Um diplomata da União Européia (UE) disse que a resposta de Teerã tem 21 páginas.

O chefe da política exterior da UE, Javier Solana, que entregou a oferta ao Irã em junho, disse que o texto é longo e "exige uma análise detalhada e cuidadosa".

A Casa Branca dissera na terça-feira que o presidente George W. Bush ainda não havia examinado a resposta. Mas o embaixador dos EUA na ONU, John Bolton, disse que Washington está disposta a atuar rapidamente para obter uma resolução sobre sanções caso Teerã rejeitasse a oferta.

Analistas afirmam que a resposta foi provavelmente preparada para dividir o Conselho de Segurança, separando Rússia e China, parceiros comerciais importantes de Teerã, dos EUA, França e Grã-Bretanha, que apóiam sanções mais duras.

Um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da China exortou o Irã a levar em conta as preocupações internacionais para adotar "medidas construtivas", mas disse: "Também esperamos que as outras partes continuem pacientes e calmas".

Um diplomata da UE disse que o Irã descartou encerrar o processamento de urânio antes de negociações, "mas indicou que pode estar aberto a aceitar a suspensão durante os debates". Outros diplomatas recusaram-se a confirmar se o Irã demonstrou flexibilidade em relação ao urânio.

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